Uso de varfarina em pacientes muito idosos (>= 85 anos): análise de eventos tromboembólicos e hemorrágicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Barroso, Cecília Maria Quaglio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-21122016-072451/
Resumo: INTRODUÇÃO: A fibrilação atrial (FA) é a arritmia cardíaca mais comum e está associada a uma significativa morbidade e mortalidade. A sua prevalência aumenta marcadamente com a idade. A terapia com anticoagulantes orais tem sido a base de tratamento e prevenção de eventos tromboembólicos em pacientes com FA. Entretanto, a anticoagulação oral em idosos pode ser desafiadora devido à vários fatores, como alterações orgânicas funcionais, risco aumentado de sangramento e eventos isquêmicos, presença de comorbidades, polifarmácia e uma menor aderência ao tratamento. OBJETIVOS: Avaliar a frequência de tromboembolismo e complicações hemorrágicas em pacientes muito idosos (idade >= 85 anos) em uso de varfarina; avaliar tempo na faixa terapêutica (TTR), causas do INR fora da faixa, escores de CHADS2 e CHA2DS2 - VASc, comorbidades associadas e causas de mortalidade. METODOS: análise retrospectiva de pacientes que iniciaram o tratamento com varfarina com uma idade >= 85 anos, entre abril de 1999 e setembro de 2013, controlados em uma clínica de anticoagulação oral. RESULTADOS: foram incluídos 164 pacientes; 51% eram do sexo masculino e a idade média de início e fim do tratamento com varfarina foram de 86,8 e 89,7 anos, respectivamente. A indicação mais comum para o uso de ACo foi a fibrilação atrial (86%). O seguimento médio foi de 34,6 ± 23 meses. O CHADS2 e CHA2DS2 - VASc médio dos pacientes foi 2,78 e 4,7, respectivamente. O tempo na faixa terapêutica (TTR) foi de 58,6%. A polifarmácia esteve presente em 78% dos pacientes. De acordo com as estimativas de Kaplan-Meier, a probabilidade livre de TE e sangramento grave foi de 93,5% e 90,5% em três anos, respectivamente. Quando analisados esses dois desfechos combinados, a probabilidade livre de tromboembolismo e sangramento grave foi de 83,4% em três anos. CONCLUSÃO: nesse estudo, o uso de um antagonista da vitamina k (varfarina) em pacientes com idade >= 85 anos esteve associado a um baixo risco de tromboembolismo e sangramento grave durante o período de seguimento.