Fatores de risco para reações adversas à varfarina em pacientes hospitalizados: um estudo de coorte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Helen Palmira Miranda de Camargo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-23112017-114125/
Resumo: A varfarina é considerada um dos principais fármacos anticoagulantes orais, com o uso clínico a mais de 60 anos, contudo sua utilização ainda remete preocupação quanto aos riscos de suas reações adversas, sendo a hemorragia um dos eventos mais graves. Diante disso, o objetivo deste estudo foi avaliar a incidência das reações adversas decorrente ao uso da varfarina (RAV), em um hospital de alta complexidade, caracterizar o perfil dos pacientes e identificar os principais fatores de risco para as RAV, bem como a conduta diante das ocorrências. Para tal, foi realizado um estudo de coorte prospectivo com o monitoramento durante o período de internação de 309 usuários de varfarina, realizando a identificação das RAV por meio da busca ativa de indicadores, e a avaliação dos fatores de risco e classificação das ocorrências. Dessa forma, encontrou-se a incidência de 12% (n=37) para RAV, com média de idade de 56 anos, não se observando risco superior entre os idosos, ou quanto ao sexo, diferentes etnias, possuir hábitos tabágicos e etilismo. Em relação as ocorrências 51,4% dos pacientes apresentaram RAV grave, enquanto para 21,6% a RAV foi responsável de forma direta ou indiretamente pela morte do paciente. Observou-se média 25,8 fármacos entre os pacientes com RAV em comparação a 13,4 para os pacientes que não apresentaram a ocorrência, 24,3% dos pacientes com RAV foram admitidos no centro de terapia intensiva (CTI), e 75,7% apresentaram tempo de internação superior a 15 dias. Entre os fatores de risco observados, destacou-se a piora da função renal (RR 12,85. IC95% 5,19; 31,77), redução da albumina (RR 2,24. IC95% 1,64; 3,06), o elevado número de medicamentos (RR 3,36. IC95% 1,66; 6,78), e de interações medicamentosas com risco superior para os fármacos dipirona, lactulose, quetiapina, ranitidina e polivitamicos. A prescrição de concentrado de hemácias (51,4%), plasma fresco (48,7%) e vitamina K (43,2%) foram as condutas mais frequentes na reversão e manejo das RAV. Em conclusão as RAV apresentaram elevada gravidade entre os pacientes, com altas taxas de transfusões, ampliação no tempo de internação, no número de medicamentos utilizados e na frequência de admissões no CTI.