Eficácia, segurança e preditores de desfechos clínicos dos antagonistas da vitamina K em pacientes com fibrilação atrial valvar e não valvar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Liporace, Idelzuita Leandro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-13072023-192449/
Resumo: Introdução: A fibrilação atrial (FA) é a principal causa de tromboembolismo sistêmico. Os antagonistas da vitamina K (AVK) reduzem o risco de acidente vascular encefálico (AVE) isquêmico e de mortalidade nos pacientes com FA. No Brasil, ainda permanecem como uma estratégia útil de saúde pública, mas a eficácia e segurança dependem da qualidade da anticoagulação. Objetivos: Avaliar a eficácia e segurança do AVK em pacientes com FA valvar e não valvar, e identificar preditores independentes de desfechos clínicos. Métodos: Estudo observacional, coorte prospectivo de pacientes em uso crônico de AVK, seguidos de julho de 2017 a agosto de 2019. Desfechos primários foram: eficácia (evento tromboembólico ou óbito cardiovascular); segurança (sangramento maior e/ou clinicamente relevante) e composto de eficácia e segurança (evento tromboembólico ou óbito cardiovascular ou sangramento maior e/ou clinicamente relevante). Tempo na faixa terapêutica (TFT) foi avaliado pelo método de Rosendaal. Resultados: Avaliados 1.350 pacientes, com média de idade de 69,2 anos, sendo 53,6% do sexo feminino. Mediana de seguimento foi 17 (IQR,15-19) meses e TFT de 65%. Sobrevivência global em dois anos de 90,5% (IC95% 87,7-92,7). A taxa anual do desfecho primário de eficácia foi de 4,4% e os preditores independentes associados foram: eventos tromboembólicos prévios (HR 2,12 [IC95% 1,22-3,67], TFT <50% (HR1,98 [IC95% 1,16-3,37]), taxa de filtração glomerular <45 ml/kg/min (HR2,76 [IC95% 4,82-1,58]) e tamanho do átrio esquerdo (HR1,03 [IC95% 1,00-1,05]); desfecho primário de segurança foi de 3,24%/ano (IC95% 2,47-4,14) e os preditores independentes associados foram: sangramento prévio (HR2,60 [IC95% 1,47-4,61]) e presença de prótese mecânica (HR1,91 [IC95% 1,15-3,15]). A taxa de desfecho composto de eficácia e segurança foi de 8,7%/ano e os preditores independentes foram sangramento prévio (HR 1.70 [IC95% 1.07-2.70]), TFT <41% (HR 1,79 [IC95% 1,11-2,86]) e tamanho do átrio esquerdo >44mm (HR 1,97 [IC95% 3,26-1,19]). Conclusão: O uso de AVK em pacientes consecutivos da prática clínica diária com FA valvar e não valvar foi associado a baixas taxas de desfechos clínicos relevantes durante o período de seguimento, demonstrando ser estratégia eficaz e segura na população avaliada. História clínica de evento tromboembólico ou sangramento prévios, disfunção renal, níveis baixos de TFT e átrio esquerdo aumentado foram preditores associados à ocorrência dos desfechos clinicamente relevantes.