Avaliação do impacto do cuidado farmacêutico na qualidade da terapia com varfarina em pacientes sem dose estável

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Marcatto, Leiliane Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5166/tde-21092021-141207/
Resumo: Eventos tromboembólicos estão associados com altas taxas de mortalidade e morbidade. Neste contexto, a varfarina é o anticoagulante oral mais prescrito para prevenir e tratar esses eventos. Este fármaco possui uma faixa terapêutica estreita e, consequentemente, é difícil atingir e manter o intervalo terapêutico. Alguns estudos mostram que o cuidado farmacêutico pode melhorar a eficiência da terapia com varfarina. Porém, não há estudos na literatura que tenham avaliado a implementação do cuidado farmacêutico em pacientes com tempo fora da faixa terapêutica (TTR < 50%) em longo prazo. Assim, os objetivos deste estudo foram avaliar: o impacto do cuidado farmacêutico em pacientes com fibrilação atrial (FA) em uso de varfarina e com baixo TTR ( < 50%); a qualidade da anticoagulação com varfarina em longo prazo, após a finalização do cuidado farmacêutico; e, o perfil de aderência à terapia com varfarina na qualidade da anticoagulação durante as 12 semanas do cuidado farmacêutico. Foram avaliados cerca de 2.600 pacientes, sendo selecionados 268 pacientes com FA e com TTR < 50%, baseado nos últimos 3 valores de razão normalizada internacional (RNI). Esses pacientes foram acompanhados por 12 semanas, recebendo o cuidado farmacêutico durante este período. No processo do cuidado farmacêutico, o farmacêutico avaliou a aderência, os eventos adversos, a interação medicamentosa e a interação alimentar e orientou os pacientes sobre sua farmacoterapia. Além disso, os valores de RNI foram avaliados e os ajustes de dose foram realizados quando necessários. Além das 12 semanas de acompanhamento, foi avaliado o TTR de cada paciente 1 ano antes do acompanhamento farmacoterapêutico e o TTR 1 ano após a finalização do cuidado farmacêutico. As comparações entre o TTR basal (que foi calculado com base nos últimos 3 valores de RNI antes da fase de acompanhamento) e o TTR de 4 semanas (que foi calculado com as RNI entre as visitas 0 e 4) e entre o TTR basal e o TTR de 12 semanas (calculado com as RNI entre as visitas 0 e 12) revelaram diferenças estatísticas (média ± erro padrão - TTR 12 semanas: 0,541 ± 0,015 vs TTR basal: 0,134 ± 0,010; p < 0,001; TTR 4 semanas: 0,383 ± 0,016 vs TTR basal: 0,134 ± 0,010; p < 0,001). Também foi observado que a média do TTR 1 ano antes de entrar no protocolo foi menor que o TTR 1 ano após a finalização do protocolo (TTR 1 ano antes: 0,313 ± 0.015 vs TTR 1 ano após: 0,565 ± 0.015; p < 0,001). Ainda, quando foi analisado o TTR em categorias, foi visto que 1 ano antes do cuidado farmacêutico, 76% (n=199) dos pacientes apresentavam TTR < 50% e 24% (n=63) dos pacientes apresentavam TTR 50%. Após 1 ano de finalização do cuidado ao paciente, somente 32% (n=83) dos pacientes apresentaram TTR < 50%, enquanto que 68% (n=179) apresentaram TTR50%. Como conclusões, a implementação do cuidado farmacêutico para pacientes com FA e com baixo TTR foi capaz de aumentar os valores de TTR e, ainda, foi capaz de manter a qualidade adquirida durante o cuidado farmacêutico 1 ano após a finalização do acompanhamento pelo profissional. Além disso, os pacientes que aderiram ao tratamento, durante o cuidado farmacêutico, tiveram melhor qualidade no tratamento do que aqueles que não aderiram à varfarina.