Vulnerabilidade feminina ao HIV: metasíntese

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: De La Torre-Ugarte-Guanilo, Mónica Cecilia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7137/tde-28052008-113144/
Resumo: No Brasil, como em diferentes partes do mundo, observa-se que a epidemia da aids atinge de forma crescente o segmento feminino, apesar das ações para deter sua disseminação. Uma das limitações das intervenções de controle foi a utilização do conceito de risco para nortear as ações preventivas à transmissão do Human Immunodeficiency Virus (HIV), uma vez que não incorporavam a possibilidade de resposta social no seu enfrentamento e eram direcionadas para uma parcela da população, excluindo outros grupos sociais, gerando estigma e discriminação. O conceito de vulnerabilidade surgiu posteriormente ao conceito de risco, tendo como pressuposto que todas as pessoas são vulneráveis ao HIV e que a infecção é determinada por três planos interdependentes - dimensão individual, social e programática. Este trabalho teve como objetivo identificar os elementos da vulnerabilidade feminina ao HIV/AIDS, por meio de uma revisão sistemática da literatura denominada metassíntese. Realizou-se uma busca exaustiva nas bases de diferentes áreas de conhecimento: CINAHL; PubMed, OVID, Web of Science, LILACS, CAPES-BDTD, DEDALUS, no período de 1996 a 2007. Após o teste da estratégia de dados e análise dos estudos foram selecionados 54 estudos realizados na América do Norte, do Sul e Central, África e Ásia. Identificaram-se 44 elementos que, na interação, determinaram a vulnerabilidade feminina ao HIV. O agrupamento desses elementos, segundo sua temática central, resultou em: normas sociais; imigração; contexto do relacionamento estável; condição socioeconômica insuficiente; contexto socioeconômico do país; gestão dos serviços de saúde. Constatou-se que os elementos determinaram a vulnerabilidade da mulher ao HIV de forma semelhante, independente das faixas etárias e do país em que foram desenvolvidos e estiveram presentes ao longo do tempo. As pequenas diferenças nas associações entre os elementos corresponderam às características do contexto social das mulheres estudadas. No entanto, no cálculo do tamanho do efeito por temática, identificou-se que os elementos da vulnerabilidade ao HIV relacionados ao \"contexto do relacionamento sexual estável\", à \"condição socioeconômica insuficiente\" e às \"normas sociais\", influenciaram de forma intensa a vulnerabilidade feminina ao HIV. A metassíntese permitiu identificar os elementos da vulnerabilidade definidos previamente, distribuí-los nas três dimensões e identificar outros, entre os quais se destaca a migração.