Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Souza, Paula Martins de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-15082016-120723/
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Resumo: |
Como sói acontecer aos grandes movimentos intelectuais que propõem rupturas por relação às epistemes anteriores, o estruturalismo assumiu algumas posturas radicais, em grande medida responsáveis pela conquista de sua independência científica. Uma delas consistiu na despsicologização da linguagem. Por outro lado, esse gesto fundador não tardou a ser contestado por diversas disciplinas que consideravam o ponto de vista estrutural demasiado redutor para lidar com os objetos das humanidades. Sucede que a rápida ascensão e queda desse movimento dificultou a assimilação de suas principais ideias: do centro da cena, o estruturalismo rapidamente foi relegado aos bastidores da pesquisa em humanidades. Disso resultou a pasteurização do estruturalismo quando, no verdade, ele se desdobrou em diversas frentes, muitas vezes contraditórias entre si. Esta tese está embasada em uma interpretação da teoria da linguagem de Hjelmslev que, ao contrário das leituras correntes, considera seu modelo teóricoepistemológico como uma base estrutural aberta à abordagem dos elementos transcendentes às linguagens, como é o caso da subjetividade, ainda que sempre sejam regidos pela imanência. A vertente tensiva dos estudos semióticos, cujo principal idealizador é Claude Zilberberg, é um exemplo dessa abertura. Valendo-se da base teóricoepistemológica hjelmsleviana, mostra a produtividade de seus pressupostos diante de fenômenos tais como a subjetividade, pertencente à dimensão sensível, e o acontecimento. Tendo por objetivo último aprofundar os estudos do sujeito semiótico, esta investigação enfrentou um terreno espinhoso diante das exigências dessa categoria de análise, que parecer enjeitar os limites excessivamente formais que lhe foram impostos quando de sua formulação na semiótica francesa. Ela exige um aumento de sua espessura em troca de compartilhar os segredos dos mecanismos de significação que permitem entender suas propriedades subjetais. Inicialmente concebido como coincidente com as ações que efetua, o sujeito logo reivindica a presença de um destinador que justifique sua emissividade, e das forças antagonistas que sustentam sua remissividade. A explicação das funções que contrai com os demais actantes vai solicitar o desenvolvimento da teoria das modalidades que, por sua vez, exigirá a ampliação de sua potencialidade dentro de um quadro passional alargado. Partindo de uma relação eminentemente solipsista entre um sujeito e um objeto separados por um abismo amorfo, o sujeito semiótico vai paulatinamente galgando um estatuto de categoria intersubjetiva. Um salto nesse sentido foi operado por C. Zilberberg, notadamente a partir de sua formulação tensiva, interdependente, entre as dimensões sensível (subjetiva) e inteligível (objetiva) da significação. Entretanto, a elaboração de seu modelo teve sempre uma orientação global, de sorte que não se debruçou especificamente nas demandas particulares do sujeito. Considerando os avanços que a vertente tensiva propicia para a abordagem do sujeito semiótico e tendo partido de uma episteme assumidamente apoiada na estrutura , seu quadro teórico-metodológico será empregado nesta tese para o aprofundamento do exame do sujeito. |