Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Pacheco, Aline Cristina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-23032018-121751/
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Resumo: |
Este estudo foi realizado com os seguintes objetivos: identificar a frequência e os preditores de disfagia em pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC); avaliar o impacto da disfagia quanto aos desfechos dependência funcional e óbito em três meses após o AVC; e validar o teste de rastreio para disfagia Toronto Bedside Swallowing Screening Test (TOR-BSST©) em pacientes com AVC de um hospital público no Brasil. Participaram do estudo pacientes admitidos na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP) e incluídos no Registro de Acidente Vascular Encefálico (REAVER) no período de abril de 2015 a setembro de 2016, maiores de 18 anos, com diagnóstico de AVC agudo (<10 dias entre o AVC e a admissão hospitalar) confirmado por exames de neuroimagem. Foram excluídos pacientes com ataque isquêmico transitório, hemorragia subaracnóidea, trombose venosa cerebral, ictus antigo, AVC hemorrágico de causa secundária ou aqueles que não concordaram em participar do estudo. As características demográficas e clínicas foram coletadas de forma prospectiva pelos coordenadores de pesquisa do REAVER. A deglutição foi avaliada na primeira semana da admissão hospitalar à beira do leito, por três fonoaudiólogas, com um protocolo de avaliação clínica utilizando as consistências pastosa e líquida. Os pacientes foram avaliados com o teste TORBSST© e com a videofluoroscopia após a alta hospitalar. A escala modificada de Rankin, o Índice de Barthel e a Medida de Independência Funcional (MIF) foram utilizados para avaliar os desfechos funcionais de três meses após o AVC. No período do estudo foram admitidos 831 pacientes com AVC, sendo que 353 pacientes foram excluídos de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Dos pacientes elegíveis, 53 foram removidos das análises por receberem alta antes da avaliação da deglutição, portanto, foram incluídos 425 pacientes. Dentre os pacientes incluídos, 28,2% não apresentaram condições para avaliação clínica da deglutição e foram considerados no grupo de disfagia presumida. Desta forma, foram examinados com avaliação clínica da deglutição 305 pacientes, sendo que 45,2% foram diagnosticados com disfagia. Idade (p=0,017), história médica conhecida de apneia obstrutiva do sono (p=0,003) e gravidade do AVC na admissão hospitalar (p<0,001) se associaram independentemente com disfagia. Os pacientes disfágicos apresentaram maior tempo de internação (p=0,001), maior frequência de reabilitação (p<0,001) e uso de sonda para alimentação (p<0,001) dentro de três meses após o AVC. A presença de disfagia detectada na avaliação clínica da deglutição foi independentemente associada com dependência funcional ou óbito em três meses após o AVC (p<0,001). O teste TORBSST© apresentou sensibilidade de 85% para detectar disfagia comparado a videofluoroscopia, e concordância moderada entre os avaliadores (K=0,44). Portanto, neste estudo, disfagia foi diagnosticada em quase metade dos pacientes (45,2%). Idade, história médica conhecida de apneia obstrutiva do sono e gravidade do AVC foram preditores de disfagia, sendo esta independentemente associada com morte ou dependência funcional em três meses após o AVC. O teste de rastreio para disfagia TOR-BSST© apresentou alta sensibilidade para detectar disfagia em pacientes com AVC comparado ao padrão ouro. |