Avaliação da hemodinâmica cerebral na doença pulmonar obstrutiva crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Corrêa, Daniel Imay
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-17042023-153321/
Resumo: Os mecanismos fisiopatológicos que ligam a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares ainda não estão totalmente elucidados. A função cerebrovascular na DPOC ainda é pouco compreendida. Alterações nos mecanismos que regulam o fluxo sanguíneo cerebral (FSC) podem ser a chave para desenvolvimento de doenças cerebrovasculares. Objetivo: Avaliar a hemodinâmica cerebral de pacientes com DPOC por meio dos principais mecanismos reguladores do FSC: a autorregulação cerebral (AR), a reatividade cerebrovascular ao CO2 (RCO2) e o acoplamento neurovascular (ANV). Além disso, avaliar a associação entre a hemodinâmica cerebral com a gravidade da doença, declínio cognitivo e sintomas de ansiedade e depressão. Métodos: Estudo transversal, caso controle, recrutou voluntários DPOC e não-DPOC pareados pela idade e sexo. A velocidade do fluxo sanguíneo cerebral (VFSC) das artérias cerebrais médias direita e esquerda, pressão arterial (PA) batimento a batimento e o CO2 expirado (EtCO2) foram mensurados simultaneamente durante repouso, à movimentação ativa do cotovelo e durante a inalação de ar enriquecido com CO2. O ARI (autoregulation index) foi adotado para quantificar a AR, enquanto o ANV e a RCO2 foram definidos como a mudança relativa na VFSC durante o movimento ativo e a hipercapnia, respectivamente, em comparação com o valor de referência inicial. Foram analisadas correlações e associações entre a hemodinâmica cerebral e as variáveis clínicas, cognição e sintomas de ansiedade e depressão. Resultados: 20 voluntários DPOC e 21 não-DPOC (grupo controle) realizaram todos os testes. Os valores médios do ARI foram similares nos 2 grupos, não diferindo estatisticamente. A resposta da VFSC foi reduzida durante movimentação ativa do cotovelo e à inalação do CO2 no grupo DPOC (p<0,003). Menor volume expirado no primeiro segundo (VEF1) foi positivamente correlacionado com redução do ARI (r=0,801, p=0,001), menor resposta da VFSC ao movimento ativo do cotovelo (r=0,757, p=0,001) e à hipercapnia (r=0,831, p=0,001). Além disso, a análise de regressão logística mostrou que VEF1 (OR = 3.26 [1.60-6.64], p=0.001) e ANV (OR=2,16 [1,23-3,81], p=0,007) no grupo DPOC e apenas o ANV (OR= 3,87 [2,87-5,99], P= 0,002) no grupo controle foram os associados ao declínio cognitivo. Conclusão: O estudo concluiu que a reatividade cerebrovascular e a ativação neural são reduzidas nos pacientes DPOC. Menor VEF1 parece impactar negativamente a hemodinâmica cerebral. Por fim, a gravidade da doença e o ANV foram associados ao declínio cognitivo