A violência entre parceiros íntimos adolescentes à luz de gênero e geração: a percepção e as práticas de profissionais de saúde e áreas afins

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lourenço, Rafaela Gessner
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-22022021-150423/
Resumo: Introdução: A violência entre parceiros íntimos (VPI) adolescentes é compreendida como manifestação de relações de dominação fundadas em iniquidades de gênero e geração. É um fenômeno de prevalência internacional que permeia a expressão e a vivência da sexualidade. Objetivo: Conhecer, analisar e compreender as percepções e as práticas de profissionais da saúde e áreas afins, e propor intervenção para o enfrentamento do fenômeno da VPI na adolescência, à luz das categorias gênero e geração. Método: Estudo exploratório e descritivo, de abordagem qualitativa. A compreensão do objeto baseou-se na Teoria da Intervenção Práxica da Enfermagem em Saúde Coletiva (TIPESC). Foi realizado em serviços de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS) e instituições do Terceiro Setor dos municípios de Curitiba e São Paulo. Os dados foram coletados em duas sessões de uma Oficina de Trabalho Crítico- emancipatória. Em Curitiba, participaram 25 profissionais da APS e nove vinculados a uma instituição do Terceiro Setor. Em São Paulo, participaram 10 profissionais da APS e 11 do Terceiro Setor. Os dados foram gravados, transcritos na íntegra e submetidos à análise de discurso com apoio do Software WebQDA. As categorias analíticas foram gênero e geração. Resultados: As práticas profissionais são forjadas a partir de percepções que subjazem ao senso comum, reiteram a marginalização social do grupo adolescente e a subalternidade de gênero. A VPI adolescente aparece como fenômeno grave, perene e pouco visível. Nos serviços de saúde, persistem práticas biologicistas e fragmentadas acompanhadas do não reconhecimento da responsabilidade da área para seu enfrentamento. A escassez de vínculo entre a saúde e o Terceiro Setor restringe a atuação diante da VPI adolescente. Foi possível identificar potencialidades para operar frente ao fenômeno em ambos os setores investigados. No âmbito da literatura internacional, realizou-se uma revisão sistemática de escopo que permitiu conhecer as intervenções exitosas voltadas ao enfrentamento da VPI adolescente. As bases de dados pesquisadas foram MEDLINE, EMBASE, CINAHL, SCOPUS e PSYCINFO. A partir dos resultados da pesquisa e dos apurados na revisão, foi feita uma proposta de intervenção para qualificar os profissionais de saúde e de áreas afins para o enfrentamento do fenômeno. Conclusões: O enfrentamento da VPI adolescente demanda o seu reconhecimento pela saúde e áreas afins, e requer a superação de práticas fragmentadas e que desconsideram o protagonismo deste grupo social. A educação emancipatória desponta como possibilidade do desenvolvimento de estratégias de enfrentamento intersetorial, a partir da construção coletiva do conhecimento e de intervenções pautadas na equidade de gênero e geração para as transformações da realidade objetiva.