Testemunho de violência entre parceiros íntimos e sua relação com o excesso de peso em adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Figueiredo Júnior, Carlos Alberto de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21999
Resumo: O objetivo desta Dissertação foi avaliar a relação entre o testemunho de violência entre parceiros íntimos e o excesso de peso em adolescentes. As informações utilizadas originaram- se de inquérito domiciliar, realizado no Distrito de Campos Elíseos, município de Duque de Caxias, realizado entre abril a novembro de 2010. A população de estudo foi selecionada por meio de amostragem por conglomerados em três estágios (setor censitário, domicílio, indivíduo) com técnicas de amostragem inversa para a seleção dos domicílios. A amostra do presente estudo incluiu 239 adolescentes, sendo 106 do sexo masculino e 133 do sexo feminino. O testemunho de violência entre parceiros íntimos pelos adolescentes foi mensurado por meio de escala previamente validada para mensurar a violência entre parceiros íntimos, a Revised Conflict Tatics Scales (CTS2) aplicada através de entrevista com a mulher de referência do domicílio (chefe ou cônjuge do chefe do domicílio). O estado nutricional dos adolescentes foi analisado por meio do índice de massa corporal para a idade (IMC-para-idade), que é calculado considerando as medidas de antropometria (peso e estatura) aferidas por uma equipe de pesquisadores devidamente treinados. A classificação foi feita através dos pontos de corte específicos do IMC, por idade e sexo, em escore-z, seguindo o recomendado pela Organização Mundial da Saúde. A maioria dos adolescentes deste estudo era do sexo feminino (55,6%) e tinha idade inferior a 15 anos (52,9%). A maior parte dos adolescentes era de famílias da Classe C (65,3%. Em relação à raça/cor da pele autorreferida, 54% dos adolescentes se declararam como pardos. Sobre o estado nutricional, 64% dos adolescentes tinham adequação do IMC momento da entrevista. Em relação aos demais estados nutricionais, 20,9% dos adolescentes estavam com sobrepeso e 15,1% com obesidade. O estudo verificou uma prevalência de violência psicológica e física entre parceiros íntimos nos 12 meses anteriores à entrevista de 75,8% e de 34,7%, respectivamente. Observou-se, através da análise de regressão logística múltipla multinomial, que o testemunho dos adolescentes do sexo masculino à VPI psicológica age como um fator de proteção ao sobrepeso (OR=0,70; IC95%=0,56-0,88; p=0,003) e à obesidade (OR=0,73; IC95%=0,54-0,99; p=0,048), mesmo após ajuste. Enquanto o testemunho de VPI psicológica em adolescentes do sexo feminino e de VPI física, em ambos os sexos, não apresentou resultados significativos no que tange ao estado nutricional do adolescente. É de suma importância que outros estudos sejam desenvolvidos, com amostras maiores e de diferentes contextos, que levem em consideração outras variáveis, que utilizem outros tipos de desenho de estudo, como o longitudinal, para melhor elucidar essa relação, principalmente porque há poucos estudos que lidam com o testemunho de violência entre parceiros íntimos e como esse testemunho influencia na alimentação e nutrição dos adolescentes.