Pedagogias do Balé Clássico: por uma pedagogia da sujeira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Anjos, Kátia Silva Souza dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-22042024-092058/
Resumo: Há o desejo por uma pedagogia da sujeira, porque a da limpeza já reinava no balé clássico. Com essa vontade em mente, o problema da pesquisa foi definido pela pergunta: o que é a limpeza no/do balé clássico? O objetivo foi dar a ver, descortinar e compreender a ideia de limpeza no/do balé clássico e, a partir disso, refletir sobre o ensino dessa dança. Em meio a textos da filosofia contemporânea e na inspiração pelas artes visuais uma forma de pensamento foi consolidada. Pesquisa de superfície, mergulhar e trazer à tona alguns temas, e deixá-los ali, num agenciamento, visando uma teia, um tecido, um emaranhado, molhado, podendo desfazer-se com o movimento da água. Esta é uma pesquisa qualitativa, apoiada na experiência com o balé, de quem a produziu. No caminho algumas estratégias foram tomadas, mas houve uma pandemia nesse caminhar. Essas estratégias foram pensadas e articuladas em meio ao caos, e isso precisa ficar registrado. Em um caderno de arteira, notas foram feitas, desenhos rabiscados, colagens e pensamentos de instantes foram gravados. Nesse caderno foi apontada a necessidade de realizar entrevistas com professoras de balé e foram feitas três. Afinal, quem melhor para tratar de uma prática educativa e me fazer refletir sobre seu ensino? As professoras. Outra vontade, alertada no caderno, foi a de realizar fotos do corpo sujo da investigadora (eu). Fiz, e quase cai numa armadilha étnico-racial. Lancei-me ao mar. Sujeira é a palavra que foi guiando o pensamento pedagógico instaurado nesta investigação, nisso a limpeza foi esquecida, mas logo evidenciada. Marianela, a musa da limpeza. Um curso em uma escola consagrada de balé clássico me permitiu abrir as cortinas pedagógicas e estéticas dessa dança. Livros, vídeos e as disciplinas cursadas na pós-graduação, também, foram as fontes de orientação desta pesquisa. Vários intercessores acionados para dar movimento, ou o impulso inicial desta investigação. No meio do caminho, me vi numa encruzilhada, pistas surgiram indicando qual o rumo desejado, obviamente, num caminho se pode encontrar ajuda, pessoas que indicam uma forma agradável de ser realizado o trajeto sem tantas surpresas indesejáveis, a gente reflete e busca seguir as orientações. Nesta encruzilhada havia o mar. Encontrei um balé racista, descobri a sujeira do balé: uma busca incansável pela técnica impecável. Encontrei a limpeza eurocentrada. O que sobra desta investigação são possíveis dobras: aprender antecede o ensinar. o que as crianças aprendem com o balé clássico? Não sei, não se sabe. As crianças precisam ser escutadas. Construir um balé sujo, mas também um balé menor.