Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Anfra, Douglas Rogério |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-26112021-203913/
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Resumo: |
Esta tese pretende analisar a associação entre desenvolvimento, evolução e progresso na visão de mundo forjada em torno da social-democracia alemã, na virada do século XIX para o século XX. Nesse período, diversos grupos travavam embates sobre o destino do partido social-democrata alemão (SPD), como os seguidores de Lassalle, os praktikers, os seguidores das teses de Eduard Bernstein sobre o reformismo, setores radicais (Die Jungen) e os marxistas. A despeito das disputas, porém, há um aspecto de notável consenso, que acompanhou muitos setores do socialismo europeu, assim como da maioria dos formuladores políticos do mundo no período: a significativa importância dada às ciências naturais, com destaque para Charles Darwin. Partindo do comentário de Walter Benjamin sobre Eduard Fuchs, é possível notar que, no período que antecede a aprovação dos créditos de guerra, a Primeira Guerra Mundial e a ascensão dos fascismos constituiu-se entre os social-democratas alemães uma visão de mundo associada ao progresso político e científico. Visão esta constituída por uma atmosfera de relativo otimismo simultâneo às grandes campanhas do SPD, como o enfrentamento ao militarismo alemão, as greves de grande intensidade e a resistência vitoriosa contra as leis antissocialistas de 1878. Partindo deste contexto a tese reconstitui os evolucionismos do século XIX e a seguir ilustra a recepção do evolucionismo por parte da social-democracia a partir do comentário de textos de alguns dos principais teóricos do partido no período: Eduard Bernstein, Wilhelm Liebknecht, August Bebel e Karl Kautsky. São analizados cinco tópicos principais: as aproximações e distanciamentos de Marx e Friedrich Engels em relação a Darwin; a incorporação das concepções científicas a avaliações políticas, como no juízo de Kautsky sobre a questão camponesa; a importância dada ao evolucionismo nas associações educativas para formação dos trabalhadores (Arbeiterbildung), na qual Liebknecht tem papel central; a resposta à discussão entre Ernst Haeckel e Rudolf Virchow no texto A mulher e o socialismo, de Bebel; e aspectos da teoria de Herbert Spencer que teriam influenciado as concepções de Bernstein sobre a sociedade. Os efeitos políticos das teses evolucionistas resultaram ao mesmo tempo em orientações distintas para a ação política e engendraram um vocabulário presente em interpretações diversas sobre a sociedade, especialmente no tocante à construção de uma visão de futuro envolvendo a ideia de progresso. |