Mészáros e a crítica ao reformismo da social-democracia ocidental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Melo, Edivânia Francisca de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Serviço Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15910
Resumo: A crítica de István Mészáros ao reformismo da social-democracia ocidental é apresentada tendo como base o estudo desse tema em duas das obras mais importantes do autor: Para Além do Capital e O Poder da Ideologia. Uma das teses defendida pelo autor nessas obras é a de que a base material do reformismo deve ser buscada na expansão imperialista que se iniciou em 1870. Mészáros observa que a social-democracia ocidental, em sua trajetória inicial, era defensora dos objetivos socialistas, no entanto, a partir de meados da década de 1870, principalmente depois de 1875, com os debates sobre o Programa de Gotha, ela passou a defender um programa reformista que visava melhorar as condições de existência dos trabalhadores pela introdução de reformas sociais via parlamento. O debate sobre o reformismo foi introduzido no movimento social-democrata no final da década de 1890, com a publicação do livro de Bernstein, Socialismo Evolucionário. Mas foi somente a partir de 1914, com a aprovação dos créditos da Primeira Guerra Mundial pelos deputados social-democratas alemães, que a social-democracia ocidental aderiu abertamente à estratégia reformista. De defensora do socialismo, ela passou a contribuir para atenuar o conflito capital/trabalho, negando-se a questionar e desafiar o capital enquanto antagonista do trabalho. Na verdade, ao limitar sua ação política à obtenção de reformas sociais via parlamento, a social-democracia auxiliou o sistema do capital a continuar o seu domínio sobre a ordem sociorreprodutiva, e, ao fazer isso, contribuiu para desviar o movimento do trabalho da luta pelo socialismo. Mészáros esclarece ainda que o surgimento da crise estrutural do capital em 1970 trouxe à tona também a crise da social-democracia ocidental. Essa crise se explica pelo fato de que, não tendo mais a expansão dinâmica do capital para proporcionar as limitadas vantagens materiais que outrora garantia a determinados setores da classe trabalhadora dos países desenvolvidos, a social-democracia ocidental passou a ter cada vez mais dificuldade para assegurar, por meio da política parlamentar, os limitados ganhos materiais que vinha prometendo até então, pois a crise do capital tem provocado a redução gradativa das margens de reformas para os trabalhadores. O que se tem constatado, pelo contrário, nessa nova época histórica, é o corte de gastos e de políticas e programas sociais importantes para vários setores da classe trabalhadora, além do aumento avassalador do desemprego crônico. Para o autor, essa situação exige que o movimento do trabalho abandone a atual postura defensiva/reformista, cujo principal objetivo é lutar por reformas sociais introduzidas através do Parlamento, e adote uma postura ofensiva na sua luta contra o capital, ou seja, que tenha como finalidade última de suas demandas reivindicatórias a luta contra o capital e todas as suas contradições.