O uso de artigo nos DPs possessivos: testemunho linguístico dos séculos XX e XXI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oyama, Driély Oller
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-12122018-093130/
Resumo: Este estudo investiga o uso variado da realização do artigo definido em DPs possessivos, no paradigma das três pessoas do discurso, em vídeos e cartas que representam o português paulista dos séculos XX e XXI. Tal fenômeno tem atraído a atenção dos estudiosos, a partir da tradição filológica e normativa, chegando aos estudos linguísticos correntes, uma vez que se verifica o intrigante fato de que o português europeu (PE) e o português brasileiro (PB) se distanciaram no seu percurso histórico em um aspecto crucial: enquanto no PE a presença do artigo diante do possessivo é praticamente categórica, no PB a variação ainda parece ser possível, ora produzindo DP possessivos com artigo (o meu livro está em cima da mesa), ora sem (meu livro está em cima da mesa). Entre os objetivos da pesquisa destacam-se a descrição do fenômeno no português paulista, a apresentação de uma proposta de análise para caracterizar o estatuto variável na realização do artigo em contextos possessivos, bem como o mapeamento dos fatores linguísticos e extralinguísticos que possam estar condicionando a variação. Para tanto, apoiamo-nos numa perspectiva teórica que engloba pressupostos gerativistas, tais como desenvolvidos na Teoria dos Princípios e Parâmetros (CHOMSKY, 1981, 1986), incluindo alguns refinamentos do Programa Minimalista (CHOMSKY, 1995, 1998, 2000, 2001), além de pressupostos da Sociolinguística Variacionista, tais como desenvolvidos em Weinreich, Labov e Herzog (1968) e Labov (1972, 1994). Os resultados da análise quantitativa mostraram um aumento significativo no preenchimento do artigo definido no DP possessivo e mudança nos fatores condicionantes para a variação apontados por pesquisas anteriores. A abordagem teórica está ainda ancorada nos estudos recentes sobre a estrutura sintática do DP possessivo (FLORIPI, 2008; GALO, 2015; BRITO e LOPES, 2016). Finalmente, esta pesquisa buscou caracterizar com mais rigor o estatuto semântico do artigo definido no contexto dos DPs possessivos, com base nas particularidades do licenciamento dos Nomes Nus no PB (CYRINO e ESPINAL, 2016; FERREIRA e CORREIA 2016). A hipótese que assumimos foi a de que, o artigo definido nos DPs possessivos, tanto realizado lexicalmente, como nulo fonologicamente, licencia uma leitura que expressa uma relação possessiva, diferente da leitura denotada pelo artigo definido em DPs definidos. Portanto não se trata de um definido expletivo (CASTRO, 2006).