Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Torres, Lilian Machado |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-10052017-094147/
|
Resumo: |
Introdução: Quando os indivíduos apresentam infecção do sítio cirúrgico, incluindo o sítio ortopédico, observa-se que alguns recebem tratamento e cuidados em ambiente domiciliar e não necessitam de nova hospitalização. No caso de uma readmissão, decorrente de processo infeccioso, o tratamento pode ser conservador, por meio de cuidados com a ferida cirúrgica e uso de antimicrobianos, ou ainda pode ser necessário que se submeta a uma ou mais intervenções cirúrgicas. Profissionais de saúde devem conhecer os significados e o vivido nas readmissões consequentes de infecções associadas aos procedimentos cirúrgicos. É a reflexão dessa história que está no passado que, sendo verbalizada, traz consigo experiências próprias, únicas e exclusivas. As perguntas que levaram à investigação foram: Como é estar readmitido por infecção do sítio cirúrgico ortopédico? Como a readmissão por infecção pós-operatória ortopédica é entendida no contexto pessoal, de vida familiar, e de trabalho? Que repercussões pessoais e sociais decorrentes da readmissão por infecção ortopédica podem ser percebidas pelo indivíduo? Objetivo: Compreender a experiência de indivíduos readmitidos por infecção do sítio cirúrgico ortopédico. Método: Pesquisa qualitativa fundamentada na Fenomenologia Existencial de Martin Heidegger. Participaram desse estudo onze indivíduos readmitidos em função de infecção do sítio cirúrgico ortopédico, em um hospital público, em Belo Horizonte, Minas Gerais, que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão. Os depoimentos foram obtidos por meio de entrevista, entre março de 2014 e abril de 2015, a partir da seguinte questão norteadora: Como é para você estar readmitido por infecção do sítio cirúrgico ortopédico? Resultados: Os depoimentos coletados e analisados à luz da Fenomenologia existencial desvelaram o ser-aí-readmitido por infecção pós-operatória ortopédica. Sentiu medo e insegurança em relação ao que desconhecia; expressou frustração, pois estava acontecendo algo que não esperava acontecer; e observou o passar de um tempo que não significou o quantitativo de dias ou semanas em que ali estava presente, mas, ao contrário, a ausência de ser em seu cotidiano. Nesse momento, percebeu-se descuidado, e a comunicação em saúde marcou o descuidado quando julgou não ter sido acolhido e ouvido em sua história, em seu existir. Assim, entendeu as relações sociais comprometidas, que, algumas vezes, tangenciaram o rompimento. Apegar-se a Deus foi uma estratégia de conforto e de proximidade com um ser divino que poderia afastar aquilo que se aproximava e ameaçava: complicações, sequelas e morte. Conclusões: Os resultados desse estudo sinalizam a necessidade de aprofundar o conhecimento das dimensões que envolvem o cuidar com vistas ao desenvolvimento de competências, a partir das subjetividades dos momentos vividos no processo saúde-doença. Para isto, conhecer é primordial, refletir possibilita compreender, quando, então, a simples habilidade de ouvir toma o caminho da escuta qualificada, em que as atitudes são possíveis e o profissional de saúde desenvolve a capacidade para o cuidado em seu verdadeiro significado. O cuidado que transcende o saber fazer e tenta alcançar o saber fazer sensível. |