Leishmaniose cutânea americana no Pontal do Paranapanema - SP: avaliação clínica, histopatológica e uso da reação em cadeia da polimerase (PCR) para identificação e caracterização das espécies de Leishmania

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Alessi, Claudia Alvares Calvo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-17022009-115336/
Resumo: As leishmanioses são doenças parasitárias causadas por protozoários do gênero Leishmania e são importante problema de saúde pública. A leishmaniose cutânea americana é considerada doença autóctone do continente americano e se apresenta com diversas formas clínicas, que dependem da espécie que causa a infecção e de outros fatores como virulência e capacidade de evasão do sistema immune. São reconhecidas seis espécies de Leishmania que causam casos humanos de LCA no Brasil, destas, cinco pertencem ao subgênero Viannia e uma ao subgênero Leishmania. Elas são: Leishmania (Viannia) braziliensis, Leishmania (Viannia) guyanensis, Leishmania (Viannia) lainsoni, Leishmania (Viannia) shawi, Leishmania (Viannia) naiffi e a Leishmania (Leishmania) amazonensis. A transmissão da leishmaniose cutânea se mantém na região do Pontal da Paranapanema, com 20 casos notificados em 2006. A Leishmania (V.) braziliensis é a única espécie considerada como agente da doença na região, com identificação dos vetores envolvidos e de possíveis reservatórios silvestres. O objetivo do trabalho é o estudo dos aspectos epidemiológicos, clínicos e histopatológicos da leishmaniose cutânea no Pontal do Paranapanema e a identificação, por métodos moleculares, PCR, do agente etiológico e a caracterização do gênero, subgênero e a espécie de Leishmania presentes na região. A doença foi encontrada em ambos os sexos, predominando no sexo masculino (67,9%), em todas as faixas etárias, mas 70,5% estavam na faixa de 20 a 49 anos de idade. A forma clínica mais encontrada foi a cutânea, com 92,3% dos casos. A pesquisa de parasita na lesão em 78 pacientes que realizaram biópsias foi positiva em 40 amostras (51.3%), em lâminas coradas pela HE; quando se utilizou a IH foi 66,7%. O índice de concordância entre as técnicas da HE e IH foi de 58,97%. Entretanto, 10 casos negativos na IH foram positivos na HE, e de 38 casos negativos na HE, 22 foram positivos na IH. Isto mostra que há necessidade de associação dos dois métodos. A positividade na PCR foi de 53,8%. Avaliando-se os resultados obtidos nesse estudo, podemos verificar que dos 40 casos positivos pela HE, 24 também foram positivos pela PCR; porém, 16 destes, foram negativos pela PCR. Em contrapartida, das 38 amostras negativas na HE, 18 delas foram positivas pela PCR. Pela imunohistoquímica, do total de 26 amostras negativas, apenas 12 permaneceram negativas e 14 foram positivas na PCR; enquanto que, das 52 amostras positivas pela IH, 28 foram positivas e 24 negativas pela PCR. Os níveis de concordância da PCR com HE foram de 56,41% e da PCR com IH de 51,28%. Esses resultados reforçam a idéia da necessidade de se associar os três métodos para o diagnóstico da LC. As características das lesões histopatológicas foram: reação granulomatosa (RG) encontradas em 71,85%, reação granulomatosa com células gigantes (RGCG) em 12,8%, reação granulomatosa com necrose (RGN) em 10,3% e reação granulomatosa com necrose e células gigantes (RGNCG) em 5,1% dos casos. Utilizando-se os primers SSU rDNA S17/S18, foi possível caracterizar, através do seqüenciamento, 27 (34,6%) amostras como sendo do subgênero Viannia e 06 amostras como L. (L.) amazonensis. Este estudo identificou o primeiro caso de L. (L.) amazonensis na região