Zuckerman sai de cena: camadas ficcionais em Pastoral americana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Dias, Thiago Neves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-31122024-141809/
Resumo: Publicado em 1997, Pastoral americana recebeu, à época, grande atenção da crítica e da imprensa por inaugurar, na obra de Philip Roth, o interesse do escritor por representar ficcionalmente momentos decisivos da história dos Estados Unidos na segunda metade do século XX. A Trilogia Americana, sequência de que o romance é o primeiro volume, retoma, após um hiato de nove anos, o escritor fictício Nathan Zuckerman, presente em nove livros de Roth. No entanto, ele aparece como personagem apenas nas primeiras páginas da obra, de modo que, a partir de uma saída anunciada, o ficcionista se reposiciona como um narrador extradiegético e passa a imaginar o enredo que tem como protagonista o Sueco Levov. Uma vez que a maior parte das leituras de Pastoral americana se concentra na trama imaginada pelo romancista fictício, este trabalho tem como ponto de partida a pergunta: por que, afinal, Zuckerman se faz necessário? Para elaborar algumas respostas, propõe-se que a trama de Pastoral americana seja dividida em duas camadas ficcionais: a primeira diz respeito à realidade ficcional, na qual os acontecimentos são tratados como fatos no universo em que vivem os personagens; a segunda é composta por uma especulação ficcional, por aquilo que poderia ter ou que teria acontecido com alguns desses personagens. Ao discutir como essas camadas interagem, pretende-se sugerir que essa presença/ausência de Zuckerman em Pastoral americana apresenta uma experiência literária singular na extensa carreira de Roth e que ali ele revisita de forma transfigurada questões com que se debatia pelo menos desde 1960, quando proferiu o discurso \"Escrevendo ficção nos Estados Unidos\"