Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Machado, Soraia Mafra |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-01022021-151503/
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Resumo: |
Introdução: A coinfecção com o vírus da hepatite C (VHC) é frequente nos pacientes que vivem com HIV/aids, sendo importante causa de morbimortalidade nessa população. Os antivirais de ação direta (DAAs) representam importante avanço na terapia do VHC, com impacto na sobrevida destes pacientes. Entretanto, na literatura ainda permanece controverso se a imunossupressão ou outras características próprias dessa população poderiam, de alguma forma, influenciar as taxas de sucesso terapêutico observadas. Além disso, dados relativos à resposta virológica sustentada (RVS) nessa população em nosso país são bastante escassos. Objetivos: Neste grupo de pacientes: 1) Avaliar a segurança e eficácia dos DAAs; 2) Avaliar a frequência de substituições de resistência nos genes NS5A e NS5B do VHC; 3)Identificar fatores preditores de falha ao tratamento, no contexto de vida real. Métodos: Estudo observacional e retrospectivo, no qual foram incluídos pacientes com coinfecção VHC-HIV procedentes de dez centros de referência, tratados com esquemas baseados em sofosbuvir, seguindo as recomendações do protocolo clínico nacional. A RVS foi determinada por exame obtido 12 semanas após término do tratamento. Analisamos variáveis demográficas, clínicas e laboratoriais. As possíveis associações entre as variáveis e RVS foram estudadas em análise bivariada, seguida por análise multivariada. Resultados: Foram incluídos 643 pacientes, a maioria do sexo masculino (74,7%) e com mediana de idade de 50 anos. Dentre os pacientes incluídos, mais de 80% apresentava genótipo 1 e 238 pacientes (42,2%) apresentavam cirrose hepática. A mediana de células CD4+ foi de 617 cél/mm3 e 551 pacientes (90%) apresentavam-se com carga viral do HIV indetectável. Aproximadamente 60% dos pacientes apresentavam alguma comorbidade e faziam uso de medicações não relacionadas ao tratamento da infecção pelo HIV à época do tratamento. Dentre os pacientes analisados, a frequência de polimorfismos no gene NS5A associados à resistência clinicamente relevante ao daclatasvir foi observada em 2% dos casos. Não foram identificadas variantes relevantes no gene NS5B. A taxa global de RVS foi de 92,8% (IC 95% 90,9 - 94,8) e 96% (IC 95% 94,4-97,5%) nas análises por intenção de tratamento (ITT) e por intenção de tratamento modificada (ITT-m), respectivamente. No modelo final da regressão logística, em ambas as análises, por ITT e por ITT-m, o uso de medicamentos que apresentam interação com os DAAs (especificamente anticonvulsivantes) se associou de forma significativa à falha de tratamento (p=0,004 e p=0,001, respectivamente). Na análise por ITT, também se associou à falha terapêutica a ausência de terapia prévia com IFN (p=0,04), enquanto que na análise por ITT modificada as variáveis sexo feminino e idade foram fatores preditivos de não-RVS (p=0,046 e p=0,038, respectivamente). Conclusão: Nessa coorte de vida real, os DAAs estiveram associados à alta taxa de RVS (96%). Nossos dados sugerem que o uso de concomitante de medicações anticonvulsivantes e DAAs diminui as chances de se obter RVS |