Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Jerônimo de Conto |
Orientador(a): |
Álvares-da-Silva, Mário Reis |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/249510
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: O tratamento do vírus da hepatite C (HCV) teve grande progresso nos últimos anos com os antivirais de ação direta (DAAs), proporcionando maior eficácia na eliminação do vírus com baixo índice de efeitos adversos. Essas características possibilitaram a instituição do acesso universal à terapia antiviral no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2018. Apesar dos avanços, ainda há limitação no acesso ao tratamento, como distância geográfica entre pacientes e centros especializados e o desequilíbrio entre oferta e demanda de consultas especializadas no âmbito do SUS. Estratégias de telessaúde têm potencial de melhorar o acesso a cuidados em saúde e tratamentos especializados. OBJETIVOS: Avaliar a eficácia e a aplicabilidade de uma estratégia de monitoramento mínimo e a distância do tratamento da hepatite C em pacientes oriundos da atenção primária do sistema público de saúde no Brasil. MÉTODOS: pacientes com hepatite C crônica não cirróticos, encaminhados para consulta especializada em Porto Alegre, sem uso prévio de DAAs, foram selecionados para um protocolo simplificado de tratamento com visita única e monitoramento mínimo da terapia antiviral. O tratamento antiviral foi fornecido pelo Ministério da Saúde. A atividade presencial consistia em reunião com até 15 pacientes para orientações sobre a doença seguidas de avaliação clínica individual, coleta de exames e entrega do tratamento antiviral pangenotípico (sofosbuvir/velpatasvir) para uso por 12 semanas. Os pacientes foram acompanhados a distância, sem consultas ou ligações telefônicas programadas, porém dispondo de canais de comunicação direta com a equipe do estudo durante o período de tratamento. Ao final do acompanhamento, foi realizada teleconsulta por chamada de vídeo no WhatsApp®. Foi coletada carga viral de forma descentralizada 12 semanas após o término do tratamento para avaliação da resposta virológica sustentada (RVS) e sua comparação aos dados históricos do tratamento da hepatite C com DAAs no país, com a hipótese de ser essa estratégia não inferior à taxa de RVS de 97% obtida na coorte histórica. RESULTADOS: Foram incluídos 144 pacientes, com média de idade de 52 anos, 45,8% mulheres e 84,7% com escore APRI <1,0. Todos os incluídos iniciaram tratamento, 139 destes completaram a terapia antiviral, e 126 coletaram HCV RNA para avaliação de RVS12. Por intenção de tratar (ITT), RVS12 foi atingida em 125 pacientes (86,8%), abaixo do limite de não-inferioridade (p< 0,001). Dos 18 pacientes sem resultado de HCV RNA, houve dois óbitos não relacionados ao tratamento ou ao HCV, quatro tiveram perda de seguimento e doze não coletaram o exame até o momento, com uma mediana de atraso de 12 meses. Na análise per protocol, a taxa de RVS foi de 99.2% (130/131 pacientes). Houve 83 eventos adversos, nenhum deles grave, seis dos quais necessitaram atendimento presencial. CONCLUSÕES: A estratégia empregada obteve melhora da cascata de cuidado, com incremento de pacientes tratados e da RVS em uma população com acesso restrito a cuidados em saúde, porém com RVS12 inferior à da coorte histórica. |