Panorama dos Antivirais de Ação Direta (AAD) para tratamento da hepatite C e identificação dos medicamentos de interesse para monitoramento com foco na produção nacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Cristiane Ribeiro da
Orientador(a): Barroso, Wanise Borges Gouvea
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48025
Resumo: As hepatites virais ganharam destaque no contexto da saúde global após serem tratadas como prioridade de saúde em 2015, quando o combate à doença foi incluído nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Para eliminação da hepatite C, de prevalência de 1% na população mundial, foram estabelecidas as metas de redução de 90% na sua incidência e de 65% na mortalidade. Entretanto, essas metas só puderam ser almejadas após a introdução no mercado dos AAD (Antivirais de Ação Direta), que resultam em altas taxas de cura em terapias totalmente orais, num período de 12 semanas. Em consequência disso, os AAD foram incluídos na lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e medicamentos inovadores de alto custo foram incorporados nos sistemas de saúde dos países, em meio a concorrência entre empresas farmacêuticas para preencher esse nicho de mercado. Os AAD integraram a lista de produtos estratégicos em 2017 visando parcerias público privadas para desenvolvimento produtivo e abastecimento do mercado interno, as quais encontram-se em curso. O estudo por meio de práticas de inteligência competitiva utilizando bases de dados gratuitas ou com acesso público em instituições de ensino e pesquisa no país, buscou traçar um panorama dos AAD para tratamento da hepatite C e observar tendências de regimes terapêuticos mirando o horizonte de curto a médio prazo, que possam impactar o mercado nacional e o SUS. A partir do levantamento de AAD lançados entre 2011 e 2019, e daqueles que se encontram em estágios clínicos avançados, foram identificados os agentes AAD de interesse para vigilância tecnológica e ações para consecução de políticas públicas que possibilitem a produção nacional. Foi possível concluir que a curto e médio prazo é provável que ocorram alterações nas diretrizes da OMS e nos protocolos para tratamento da hepatite C, após a introdução no mercado de novas tecnologias que hoje encontram-se em estágios finais de desenvolvimento. A epidemia em países de baixa e média renda não está totalmente controlada e, por ser uma doença crônica, novos picos de detecção de hepatite C podem surgir em meados desse século em populações negligenciadas, infectadas por genótipos de maior virulência e para os quais os medicamentos atualmente disponíveis possivelmente se tornarão ineficazes. Assim, a adoção de instrumentos para monitoramento do ciclo de vida das tecnologias demonstra ser de grande importância para os laboratórios nacionais, especialmente para sustentabilidade dos LFO.