Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Fujimoto, Juliana |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-10042017-123359/
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Resumo: |
O presente trabalho constitui uma análise do processo de reorientação das guerras indígenas no Brasil colonial empreendida mediante a investigação da atividade bélica indígena na capitania da Bahia entre a instalação do governo-geral em 1549 e a invasão holandesa na Bahia de 1624. Trata-se de uma revisão bibliográfica dos estudos antropológicos clássicos acerca do complexo bélico tupinambá e posterior cotejamento com as diferentes configurações assumidas pela guerra indígena nas fontes quinhentistas e seiscentistas e na historiografia contemporânea. Estabeleceu-se como objetivos de estudo avaliar as contribuições e limites das análises antropológicas sobre o complexo guerra-sacrifício tupi, a fim de ampliar a compreensão sobre o processo de reorientação da guerra indígena e explicar a participação indígena nas guerras realizadas na Bahia, bem como avaliar em que medida a atuação dos missionários cristãos como mediadores culturais auxilia a compreensão desse processo. No âmbito teórico, focalizou-se a atuação dos missionários como mediadores das relações interculturais durante a missão jesuíta na Bahia com o aporte da teoria da mediação cultural. Como diretriz metodológica, optou-se pelo gênero narrativo-descritivo para transcrever as narrativas que abordam o processo de transformação das guerras intertribais em guerra coloniais, a fim de evidenciar as diferentes perspectivas teóricas sobre a guerra indígena. Analisaram-se criticamente as representações das guerras nas diferentes fontes, a partir das quais se elaborou a reconstituição de dois processos: a adaptação do sistema bélico tupi para o atendimento das necessidades bélicas coloniais e a construção de uma nova ideologia de guerra com a ênfase na belicosidade indígena e na antropofagia para justificar as novas demandas geradas no contexto da colonização. Identificaram-se como principais resultados do estudo, a utilização da prática bélica indígena como instrumento de colonização e exploração econômica, a exacerbação da belicosidade indígena nos discursos europeus para justificar a necessidade da colonização e a reconfiguração das guerras realizadas no Novo Mundo, que a partir do encontro ultrapassaram as antigas rivalidades intertribais e tornaram-se conflitos coloniais. |