Guerra e antropofagia em Jean de Léry e Claude D\'Abbeville: dos fragmentos míticos ao código compartilhado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Fujimoto, Juliana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
War
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-08072008-150022/
Resumo: Os fragmentos míticos tupinambá sobre a origem da guerra presentes nas obras de Jean de Léry e de Claude d\'Abbeville constituem fontes privilegiadas para analisarmos tanto a tradução européia da alteridade indígena, a partir do enfoque naqueles que foram classificados dentre os piores costumes indígenas - a guerra e a antropofagia -; quanto uma possível re-fundação nativa da guerra e da antropofagia a partir das novidades conhecidas desde o encontro com a alteridade européia. Isso porque esses registros contêm elementos do cristianismo professado pelos europeus com os quais os nativos tiveram contato, assim como elementos da leitura tupinambá, em termos míticos, da alteridade européia. Nesse sentido, essas narrativas podem ser compreendidas também como códigos construídos e compartilhados por europeus e indígenas desde o encontro entre essas populações. No contexto estudado é a linguagem da religião cristã que constitui o principal instrumento de mediação na comunicação entre europeus (sobretudo, os missionários) e indígenas e de tradução da alteridade americana para a cultura européia. Dessa forma, nesse trabalho, tentaremos analisar os registros de Léry e de d\'Abbeville sobre o início das guerras inter-tribais, tendo em vista o fato destes constituírem uma tradução da guerra e da antropofagia indígena para o público europeu, assim como um possível código construído e compartilhado entre indígenas e europeus, no contexto das relações entre franceses e indígenas (Léry) e no contexto da relação entre indígenas e missionários jesuítas (d\'Abbeville).