Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Santos, Fernanda Fatima da Fonseca |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-24052017-105502/
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Resumo: |
A observação dos procedimentos formais empregados por António Lobo Antunes em O esplendor de Portugal (1997) levou-nos a constatar a existência, no livro, de uma visão crítica muito peculiar e complexa a respeito da História do colonialismo português e do contexto pós--colonial em que Angola e Portugal inserem-se. Dessa forma, o objetivo de nossa dissertação de mestrado é elucidar a dinâmica social representada nO esplendor de Portugal e a condução que o desígnio autoral dá a essa representação. Nesse sentido, procuramos identificar as inter- -relações entre os elementos formais estruturadores da obra e aqueles que regem as dinâmicas sociais que nela figuram. Para alcançarmos tal objetivo, direcionamos nossos estudos a leituras de teoria e crítica literária pautados nas noções de redução estrutural e de interpretação dialética, que Antonio Candido propõe. Paralelamente, procedemos ao delineamento e à análise dos contextos históricos que envolvem o enredo do romance em questão, com ênfase à observação das dinâmicas dialéticas que se deram entre o desenvolvimento do capitalismo das grandes potências mundiais e o atraso econômico de Portugal, bem como ao modo como essas dinâmicas intervieram na constituição e na manutenção das formas sociais de base do colonialismo português na África. Depois desse embasamento teórico, efetuamos a análise literária de O esplendor de Portugal e constatamos que, nessa obra, a visão crítica sobre o colonialismo português em suas imbricações com as conjunturas políticas e econômicas mundiais assenta-se no cruzamento, dentro do romance, de diversas temporalidades, que se situam entre o fim do século XIX e o ano de 1995. É a partir do cruzamento dessas temporalidades que o desígnio autoral faz sobressaírem questões como os modos de exploração da força de trabalho angolana, a atuação do grande capital estrangeiro em Angola, o travamento das expectativas de expansão econômica dos colonos proprietários, subordinados que estavam ao Estado português e ao poderio do grande capital, a corresponsabilidade desses colonos na instituição e na generalização da violência que permeou as relações sociais na colônia e a influência que os interesses estrangeiros também tiveram na exploração de Angola, nos rumos da guerra colonial e na intensificação e ampliação dos conflitos existentes entre os movimentos nacionalistas angolanos. A principal conclusão a que chegamos, portanto, é a de que o pilar sobre o qual se assenta a construção de O esplendor de Portugal é a composição, subjacente à complexa rede narrativa do romance, de uma rede não menos complexa de relações causais entre as temporalidades abrangidas no livro, na qual se destacam as linhas de ruptura e de continuidade históricas que sustentam essa rede e que constroem a representação do presente catastrófico em que se situam os narradores. |