Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1990 |
Autor(a) principal: |
Valarini, Pedro José |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20210104-182852/
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Resumo: |
No Brasil, o crestamento bacteriano comum causado por X. campestris pv. phaseoli tem sido incluído entre as principais doenças do feijoeiro devido à sua ampla distribuição, a redução na produção e dificuldades de controle agravadas pelo fato de seu agente causal ter a semente como seu principal meio de disseminação e sobrevivência. Considerando que não se dispõem de métodos recomendados para detecção de X. campestris pv. phaseoli em sementes de feijão, no Brasil, e que o controle se baseia, principalmente, nas inspeções de campos, o presente trabalho teve como principal objetivo, desenvolver uma metodologia eficiente para detecção desse patógeno, avaliar a sua incidência em amostras de sementes certificadas de feijão produzidas no Estado de São Paulo, estabelecer correlação entre a ocorrência do crestamento bacteriano comum em campo com o transporte do patógeno pelas sementes e determinar o seu efeito sobre a germinação e o peso de 100 sementes. Para tal, quatro técnicas de extração e três métodos de identificação do patógeno foram comparados a partir de amostras de sementes sabidamente portadoras do patógeno. As técnicas de extração da bactéria implicaram na imersão em água destilada ou em meio líquido esterilizados, de sementes moídas ou inteiras com desinfestação superficial ou não, em solução de hipoclorito de sódio (1% de cloro ativo), que foram incubadas por períodos variáveis de 2 horas, em temperatura ambiente (sementes moídas) a 18-24 horas, à temperatura de 5-10°C (sementes inteiras). Os métodos de identificação comparados foram: inoculação em plantas indicadoras, isolamento direto em meios de cultura e técnicas serológicas. Para a inoculação em folhas primárias de plantas com 8 dias de idade, foram comparados três cultivares de feijoeiro (CNF 0010, Rosinha G-2 e Cornell 49-242) e três técnicas de inoculação (agulhas múltiplas, incisão com tesoura e injeção no nó da folha primária). Os meios nutriente-glucose-agar (NGA) e extrato de levedura, peptona, glucose, amido solúvel e agar (EPGA), acrescidas do antibiótico cefalexina e do fungicida clorotalonil, nas concentrações de 40 e 67 μg/ml dos produtos comerciais, respectivamente, foram incluídos nos testes de isolamento direto. Com relação a serologia, compararam-se as técnicas da microprecipitina em placas de petri e da dupla difusão em gel-de-agar. Os resultados mostraram que a detecção de X. campestris pv. phaseoli, incluindo a extração através da imersao em água destilada esterilizada de sementes inteiras a 5 10°C por 18-24 horas e identificação do patógeno através de inoculação em plantas indicadoras (cv. CNF 0010), por incisão com tesoura, foi o método mais adequado para detectar e quantificar o patógeno em sementes de feijão. Esse método apresentou-se eficiente para detecção da bactéria em um prazo relativamente curto (8-10 dias), de fácil execução, baixo custo, com sensibilidade de 0,1% e de alta especificidade, permitindo analisar cerca de 10 amostras/técnico/dia, o que sugere a sua aplicação prática em análises de rotina e, possivelmente, em programas de certificação de sementes de feijão. A germinação e o peso de 100 sementes foram reduzidos significativamente devido à presença de patógeno na semente. Não se verificou uma correlação consistente entre a incidência do patógeno em campo e na semente. A maioria das sementes certificadas produzidas no Estado de São Paulo, durante os cultivos da seca e de inverno de 1988 e das águas de 1988/1989, foram portadoras de X. campestris pv. phaseoli em índices variando de 0,1 a 1,1%, inóculo na semente que pode originar epidemias no campo, sob condições climáticas favoráveis à doença, justificando mais uma vez, a conveniência da aplicação desse método para detecção de X. campestris pv. phaseoli em sementes de feijão. |