Impacto da auditoria prospectiva das indicações de hemotransfusão ambulatorial no Hemocentro de Santa Catarina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Dias, Bruno Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17155/tde-24022021-131754/
Resumo: Introducão: A transfusão de sangue é um importante recurso terapêutico, muito utilizado em todo o mundo, mas que apresenta diversos efeitos adversos potenciais. Sua utilização nem sempre ocorre de forma criteriosa, o que tem motivado o desenvolvimento de medidas de auditoria tanto retrospectivas como prospectivas a fim de promover a conservação do sangue. As transfusões ambulatoriais têm sido pouco estudadas, sobretudo quanto à pertinência técnica. A partir de janeiro de 2014 os pacientes encaminhados ao HEMOSC para transfusão ambulatorial passaram a ser submetidos a um atendimento médico com aprovação pré-transfusional obrigatória. O impacto dessa medida não é bem estabelecido. Materiais e métodos: As solicitações de transfusão encaminhadas ao HEMOSC entre julho de 2013 e junho de 2014 foram avaliadas retrospectivamente, período correspondente aos seis meses anteriores e subsequentes ao início do atendimento médico pré-transfusional. Os pacientes foram analisados em grupos de acordo com o diagnóstico, e as medianas de hematócrito, hemoglobina e contagem plaquetas pré-transfusionais foram comparadas entre os grupos. O número de solicitações e de unidades transfundidas nos distintos períodos também foi comparado. Resultados: Os pacientes portadores de tumores sólidos foram maioria entre os transfundidos na instituição e apresentaram medianas de hematócrito e hemoglobina (25,70 e 8,4 respectivamente) superiores às de outras especialidades, sobretudo da Onco-hematologia (21,85 e 7,2; p<0,01) e da Hematologia (21,80 e 6,9; p<0,01 ). Resultados semelhantes foram obtidos com as contagens de plaquetas, com mediana de 28.000 (7.000 - 57.000) da Oncologia, enquanto a da Onco-hematologia foi 10.000 (2.000 - 70.000; p<0,01) e a da Hematologia foi 6.500 (3.000 - 21.000; p<0,01). Não houve diferença significativa no número de solicitações de transfusão entre os períodos analisados, mas o número de unidades transfundidas foi reduzido significativamente no segundo período (1009 e 941; p=0,019), assim como um maior número de hemocomponentes filtrados e irradiados foi transfundido após o início do atendimento médico (227 e 278; p<0,01). Conclusão: Os pacientes da Oncologia foram encaminhados para transfusão de hemácias com níveis mais elevados de hematócrito e hemoglobina, bem como contagens de plaquetas mais altas comparativamente às outras especialidades. O atendimento médico com aprovação pré-transfusional obrigatória foi capaz de reduzir o número de bolsas transfundidas e aumentar o uso de hemocomponentes modificados. Os efeitos de longo prazo dessa forma de auditoria prospectiva podem ser ainda mais expressivos, com o aprimoramento da técnica e desenvolvimento de medidas educativas visando o uso racional do sangue.