Lesão de estoque de concentrado de hemácias e a relação com as reações transfusionais febris não hemolíticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sosnoski, Monalisa
Orientador(a): Faulhaber, Gustavo Adolpho Moreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/172524
Resumo: Introdução: As transfusões de sangue e as Reações transfusionais (RT) têm tido grande destaque nas discussões e estudos da hemoterapia atual, devido a necessidade e relevância para a prática transfusional e na busca em qualificar as transfusões e refinar a classificação das RT. As reações transfusionais febris não hemolíticas (RTFNH) apresentam um crescente no número de notificações e despertam a necessidade de mais estudos. Durante a estocagem dos hemocomponentes, ocorrem uma série de alterações morfológicas, aumento de potássio (K+) extracelular, hemólise e aumento de hemoglobina (Hb) sobrenadante. Analisar a qualidade e viabilidade do hemocomponente pode nos levar a verificar os fatores preditores de uma RT, procurando minimizar os riscos e selecionar um hemocomponente de melhor qualidade ao paciente. Objetivos: Avaliar potenciais fatores etiológicos na precipitação das RTFNH por meio da mensuração na concentração de sódio (Na+) e K+ no sobrenadante, a contagem leucocitária por mcL, o cultural e o Hematócrito (Ht) e Hb da bolsa de concentrado de hemácias (CH) envolvidas, comparando estes parâmetros em relação a um grupo controle de bolsas de CH. Analisar e comparar o perfil dos pacientes envolvidos com a RTFNH e do grupo controle e, estimar a frequência de culturais coletados positivos e os germes envolvidos. Metodologia: Estudo de caso-controle com seleção de amostras a partir de notificações de suspeita de RTFNH ao Serviço de Hemoterapia de um Hospital Universitário de Porto Alegre - RS, no período de setembro de 2015 a setembro de 2016. O grupo controle foi selecionado a partir da mesma população de bolsas, sendo pareadas por tipagem sanguínea e data de vencimento do hemocomponente, numa proporção de 1:2,1. Resultados: o total incluído foi de 124 bolsas, sendo 39(30,5%) do grupo RT e 85(69,5%) do grupo controle, onde uma série de variáveis foram avaliadas. A média de dias de estocagem das bolsas foi de 10,7(DP=6,7) dias, sendo que no grupo RT 12,1(DP=8,1), foi significativamente maior que no grupo controle 10(DP=5,8) com (P=0,037). Também quando avaliamos as dosagens de Ht as médias verificadas foram de 68,3(DP=7,27), sendo no grupo RT 71(DP=81) e 67(DP=6,5) no grupo controle e, na comparação dos grupos, observamos um P<0,001. Dessa forma, a cada dia a mais de estocagem e, a cada ponto a mais no HT da bolsa, há um aumento na chance de aparecimento de RTFNH. Conclusões: a lesão de estocagem é uma temática importante no momento da oferta de hemocomponentes ao paciente, principalmente aos pacientes em tratamento oncológico de tumores sólidos. A avaliação do HT e do tempo de estocagem da bolsa demonstraram ter relevância estatística e clínica na predição de aparecimento de RTFNH. O manejo de estoque adequado para poder haver essa oferta se faz necessário. Novos estudos serão necessários para verificarmos os mecanismos desencadeantes da RTFNH comparado com o Ht da bolsa e, também estudos relacionados à utilização de pré medicação nas transfusões.