Implantação da supervisão técnica nas agências transfusionais da hemorrede pública do Distrito Federal e seus efeitos nas atividades de hemovigilância

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Coelho, Marcela Moreira
Orientador(a): Dias, Iêda Maria Ávila Vargas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51360
Resumo: A hemovigilância compreende um conjunto de ações de vigilância que visam a segurança do doador e do receptor de sangue. A transfusão sanguínea é indicada em determinadas condições clínicas, porém, nunca está isenta de riscos, podendo causar as chamadas Reações Transfusionais (RTs). Essas RTs, por determinação da legislação vigente, precisam ser notificadas no Sistema de otifica es para a igil ncia Sanitária (Notivisa). O Distrito Federal (DF) notificou sua primeira RT em 2009, apresentando uma curva ascendente nos anos seguintes. O objetivo desse trabalho foi analisar o impacto da implantação da supervisão técnica nas Agências Transfusionais (ATs) dos hospitais da hemorrede pública do DF sobre as atividades de hemovigilância, no período de 2009 a 2019. Trata-se de um estudo descritivo transversal retrospectivo, de abordagem quantitativa. Foram utilizados dois bancos de dados secundários: um com as informações das RTs registradas no Sistema Notivisa e o outro com as informações do total de transfusões realizadas, ue s o informadas no Sistema de nforma o de Produ o emoterápica (Hemoprod). As informações de cada AT foram separadas em dois períodos: “sem supervisor” e “com supervisor”. Na análise global foram notificadas 1.096 RTs e realizadas 574.708 transfusões nas ATs públicas com lotação de supervisores da FHB. Já na análise descritiva e comparativa, em que foram analisadas somente as RTs classificadas em confirmadas, prováveis e possíveis, o número de RTs passou para 981. Dessas 981 RTs, 85,43% foram reações imediatas, do tipo alérgica (37,92%) e febril não hemolítica (33,74%). Apresentaram gravidade leve, superior a 80%, contudo, 2 óbitos foram atribuídos à transfusão (0,21%). Ocorreram predominantemente no sexo feminino (56,27%) e na faixa etária entre 25 e 35 anos (16,50%) O Ambulatório de Transfusão (22,43%) foi o setor hospitalar de maior ocorrência e notificação de RTs, sendo o Concentrado de Hemácias (CH) o hemocomponente mais envolvido nesses registros (68,40%). o período “sem supervisor” foram notificadas 36 RTs e ocorreram 163.389 transfusões, o que gerou uma taxa de notificação de 0,220. Na análise desses dados com o parâmetro francês (3 RTs por 1.000 transfusões) foi identificado 92,666% de subnotificação nessa fase. Já no período “com supervisor” foram notificadas 944,997 RTs e ocorreram 411.319 transfusões, o que gerou uma taxa de notificação de 2,297. Nesse intervalo, utilizando o mesmo parâmetro francês para comparação, a subnotificação passou para 23,417%. Portanto, apesar de ainda haver subnotificação de RTs nas ATs públicas com lotação de supervisores da FHB foi evidenciado que a inclusão dos supervisores impactou nocenário da hemovigilância nas ATs dos hospitais da hemorrede pública do DF, uma vez que houve uma redução de 74,78% da subnotificação, indicando um aumento no número de notificações das RTs no Notivisa.