Obesidade mórbida em mulheres - a imagem de si, os estilos alimentares e a qualidade de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Almeida, Graziela Aparecida Nogueira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-20122024-160440/
Resumo: Considerada uma doença crônica e de etiopatogenia diversa, a obesidade mórbida tem sido amplamente estudada em função de sua incidência e por suas sérias conseqüências à saúde. Nesse contexto, objetiva-se avaliar os aspectos psicossociais relacionados à imagem de si, aos estilos alimentares e à qualidade de vida de mulheres com obesidade mórbida em tratamento no Ambulatório de Distúrbios de Conduta Alimentar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Foram avaliadas 60 mulheres, sendo 30 obesas (Índice de Massa Corporal - IMC ≥ 40 kg/m2) e 30 não obesas (IMC entre 20 e 25 kg/m2). Procedeu-se à avaliação individual por meio de uma entrevista semi-estruturada, técnica do Desenho da Figura Humana, Questionário Holandês de Comportamento Alimentar, Exame de Saúde e Questionário de Funcionamento Psicossocial. Os questionários foram previamente traduzidos e adaptados. Os dados foram cotados e quantificados, conforme as recomendações técnicas, procedendo-se à comparação dos grupos por meio de testes estatísticos. As mulheres morbidamente obesas apresentaram significativamente mais indicadores de comprometimento da imagem de si, relacionado à insatisfação, depreciação, preocupação e à sinais de distorção corporal. Os grupos diferiram significativamente quanto à alimentação restrita e emocional (p ≤ 0.001) e não diferiram quanto à alimentação externa, sugerindo que os estilos alimentares apenas contribuem para explicar a dificuldade no que diz respeito ao controle alimentar - interno ou externo, sem contudo terem um caráter exclusivo na caracterização da obesidade. Com relação à qualidade de vida, os grupos também diferiram pela presença de limitações físicas e sociais, presença de indicadores emocionais, pela avaliação do estado geral de saúde e da auto-estima (p ≤ 0.001), o que aponta para as sérias conseqüências relacionadas à saúde física e mental, que levam a prejuízos na qualidade de vida das mulheres morbidamente obesas. Observou-se que estes instrumentos mostraram baixa correlação, apresentando uma contribuição específica na avaliação da multiplicidade de aspectos envolvidos na obesidade mórbida. De um modo geral, as mulheres morbidamente obesas apresentaram maior comprometimento psicossocial comparativamente às mulheres não obesas. Destaca-se ainda que as mulheres obesas apresentaram uma percepção adequada quanto às suas limitações físicas, sociais e emocionais, podendo ser este um indicador favorável à abordagem psicoterapêutica destas pessoas, como complementar aos programas de redução de peso, estimulando a auto-regulação e o crescimento pessoal.