Readmissões no sistema de serviços hospitalares no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Moreira, Marizelia Leão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-31082010-155750/
Resumo: O objetivo deste estudo foi a analise das readmissões no Sistema de Serviços Hospitalares no Brasil no ano de 2006, a partir do indivíduo internado. A base de dados foi organizada para analisar as internações em 2006 e as readmissões em até um ano após uma internação em 2006. Os dados iniciais ultrapassaram os 27 milhões de registros, oriundos dos sistemas de internações SUS (SIH), de internações não SUS (CIH) e do cadastro de serviços de saúde (CNES). A localização do indivíduo foi feita pelo método probabilístico de associações de registros (linkage) e, para a composição dos dados da internação, aplicaram-se algoritmos específicos aos dados de cobranças da internação. Foram analisadas 12.391.990 internações com ao menos um dia, no ano de 2006, e selecionados para o estudo 10.332.337 indivíduos, correspondente a 5,5% da população, com uma internação completa em 2006 e suas readmissões no período de 365 dias a contar da data de saída da admissão índice, totalizando 12.878.422 internações. O estudo possibilitou inferências sobre a qualidade dos sistemas de informação da assistência hospitalar no país. Nas internações de 2006, a taxa de internação, financiamento SUS e não SUS foi de 5,6 por 100 habitantes. As internações de financiamento SUS nas categorias analisadas apresentam o perfil semelhante ao do total de internações. Nas internações não SUS notam-se diferenças que delineiam as regiões em dois conjuntos. O primeiro formado pelo Norte, Nordeste e Centro-Oeste com baixa ocorrência de internações não SUS, mais jovens e idosos, e de indivíduos do sexo masculino em maiores proporções que no SUS. No segundo conjunto formado, Sudeste e Sul, verifica-se significativa participação do financiamento não SUS, mais de adultos e idosos. Ainda que com evidência limitada, este achado confirma a distribuição da população com planos de saúde. As internações não SUS com UTI estão ainda mais concentradas na região Sudeste, do que as internações não SUS em geral (80,1% x 67,9%). As internações e indivíduos, na análise das readmissões, de maneira geral apresentaram semelhante perfil com as internações de 2006. A proporção de readmitidos foi de 15,9% e de readmissões foi de 19,8%. O SUS foi responsável por 88,7% das internações selecionadas e foram identificados 3,3% de indivíduos que utilizaram os dois segmentos de financiamento. A natureza do método probabilístico, que encerra certo grau de imprecisão, a adoção de parâmetros conservadores a fim de se evitar a inclusão de falsos positivos, tanto quanto a subnotificação da CIH representam as possíveis limitações do estudo. O Sistema de Serviços Hospitalares no Brasil apresentou relevante taxa de readmissão, independente da fonte de financiamento e local de ocorrência, que aponta para a necessidade de estudos adicionais para se conhecerem os fatores contribuintes. Os dados de internações de financiamento não SUS coletados pelo CIH agregam informações relevantes para análise da assistência hospitalar no país. Os dados administrativos do SIH são válidos para análises de internações e os algoritmos de composição dos dados de internação, a partir da cobrança, aprimoram a análise do Sistema de Serviços Hospitalares no Brasil.