Perfil clínico-demográfico das internações de pacientes com psoríase e fatores de risco para readmissão em hospitalar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Wafae, Bruna Galvão de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-25092024-112711/
Resumo: A psoríase (PsO) é uma doença inflamatória sistêmica crônica que afeta cerca de 1,31% da população brasileira. Há condições que exigem internação hospitalar, tais como o controle da exacerbação e das formas graves da doença, com ou sem o diagnóstico prévio. Ainda, a presença de comorbidades pode implicar na gravidade da doença, dificuldades no tratamento e em internações hospitalares, e por fim no aumento do impacto da PsO. Nesse contexto, o presente estudo tem o intuito de analisar o perfil clínico-demográfico de pacientes com PsO hospitalizados em centro único de serviço terciário de assistência à saúde, bem como estimar a prevalência e identificar os fatores de risco para readmissão hospitalar. Foi realizado um estudo retrospectivo de coorte de pacientes hospitalizados com PsO no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, entre janeiro de 2000 e janeiro de 2020. Seguiu-se com revisão de prontuários, coleta dos dados, seleção da amostra por aplicação de critérios de inclusão e exclusão, e análise descritiva e estatística, incluída a regressão logística multivariável para identificação de fatores de risco. Na amostra de 126 pacientes incluídos no estudo, a média de idade foi de 49,7 anos (±15,3), com predomínio do sexo masculino (58,7%) e da etnia branca (82,4%). A forma vulgar de PsO foi a mais comum (72,2%), seguida da eritrodérmica (38,9%) e pustulosa (23%), com a prevalência de artrite psoriásica em 37,6% dos casos. A maioria dos pacientes (41,1%) não utilizava tratamento sistêmico para a PsO nos seis meses anteriores à internação. No entanto, o uso de terapêuticas convencionais (metotrexato, acitretina ou ciclosporina) para a psoríase, ou corticoides sistêmicos (15,9%) foi observado previamente à internação. A prevalência de readmissão foi de 35%, sendo os principais fatores de risco a etnia não branca (OR: 4,20; IC 95%: 1,13 - 17,47), psoríase eritrodérmica (OR: 8,44; IC 95%: 2,68 - 31,22), psoríase pustulosa (OR: 7,99; IC 95%: 2,23 - 32,29), etilismo (OR: 4,44; IC 95%: 1,15 - 19,44) e doença pulmonar obstrutiva crônica (OR: 26,34; IC 95%: 2,52 - 671,70). Nossos resultados indicam as formas graves da doença e o etilismo como riscos para a readmissão. A caracterização do perfil desses pacientes e a identificação dos fatores de risco podem auxiliar na adoção de medidas preventivas e/ou terapêuticas efetivas para a mitigar o risco de internação hospitalar no contexto de assistência à saúde.