Acompanhamento terapêutico de pacientes neurológicos: uma experiência de ensino em psicanálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Santos, Ricardo Gomides
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-08102013-144925/
Resumo: Este trabalho teve como objetivo tentar compreender, conceituar e apresentar o trabalho psicológico realizado com pacientes neurológicos por meio da clínica do acompanhamento terapêutico (AT), orientado psicanaliticamente. Esta intervenção clínica, ainda inédita na literatura especializada em acompanhamento terapêutico, foi desenvolvida junto às minhas atividades como docente em um curso de graduação em Psicologia. Em função deste outro aspecto inerente ao trabalho, também abordei a atividade de supervisão e procurei enfocar as particularidades do ensino de AT a estudantes de Psicologia, em um estágio profissionalizante. A orientação teórica a sustentar a atividade clínica e docente foi psicanalítica, tendo como principal chave de leitura as produções da Teoria dos Campos, por sua contribuição ao resgate do método psicanalítico. Esta orientação teórica nos levou a outras questões, relativas ao ensino da técnica psicanalítica e sua adequação à prática do AT. Com isso, investigamos certos parâmetros técnicos, discutidos segundo a clínica do AT, como o setting terapêutico, a atenção flutuante, a postura em reserva, o uso da transferência e da contratransferência, além da pertinência do brincar no acompanhamento terapêutico. A abordagem dessas questões clínicas partiu da análise do filme O escafandro e a borboleta e de dois casos clínicos. O tratamento dado ao filme, bem como aos pacientes atendidos, foi o mesmo: uma discriminação dos aspectos psicanalíticos e próprios à técnica do AT, relacionados à experiência de supervisão dos alunos. Nesse sentido, os casos trabalhados foram abordados em três planos simultâneos: teórico, clínico e didático. A partir da análise desse corpus de trabalho, surgiram algumas recomendações técnicas aos acompanhantes terapêuticos que utilizam a psicanálise, não sendo possível fazer uma transposição direta da técnica psicanalítica à clínica do AT. Além disso, formamos uma apreensão em conjunto de certos aspectos do trabalho dos acompanhantes terapêuticos com os pacientes neurológicos, indicando a necessária relação interdisciplinar em uma clínica na qual as questões corporais requerem, simultaneamente, um cuidado analítico. Por seu caráter híbrido, em que articula um manejo do vínculo e uma escuta à subjetividade no cotidiano do paciente, o AT mostrou-se uma ferramenta bastante útil no trabalho de reabilitação dos pacientes neurológicos, constituindo-se, assim, um novo e promissor campo de intervenção a esses profissionais