Uma poética do dedo sujo: o abjeto em Jorge de Sena

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Alessandro Barnabé Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-10022025-114545/
Resumo: Jorge de Sena forja o seu sujeito poético e, portanto, o próprio gesto poético no interior do lugar incômodo mas profícuo do testemunho – testis e superstes –, encarnado enquanto a função/atividade (ato de testemunhar) e a personagem (aquele que testemunha), de onde derivar-se-á uma percepção do mundo manifestada na construção de imagens poéticas de sentido amplamente abjeto que ora se manifesta, no branco da página, enquanto o seu dedo sujo, única coisa que sobra, em Creta, com o Minotauro; ou mesmo na concepção de uma poesia(-testemunho) concebida, e recepcionada, no espaço da leprosaria; e, correlatamente, na evocação do despertar de uma consciência poética, via Debussy, na qual a dura realidade do mundo, uma pequenina luz, revela-se ao sujeito imperdoavelmente. A partir daquelas imagens-rio, percebe-se, na poesia de Sena, a presença frequente e pulsante (talvez estruturante?) de outros afluentes e canais de imagens de sujidade e de abjeção que aqui tornam-se objeto de análise com o objetivo de investigar a construção de uma poética do abjeto no interior da poesia-testemunho. Nesse sentido, esta tese convocará fundamentalmente, para esse diálogo proposto, o sentido de informe de Georges Bataille – sempre vinculado ao abjeto – e as formas da abjeção presentes no Pouvoirs de l\'horreur (1980), de Julia Kristeva