Ciências com sentidos: a relação da linguagem científica e recursos didáticos multissensoriais em processos de ensino de ciências para duas alunas com surdocegueira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Crittelli, Beatriz Cavalheiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81133/tde-13122021-113231/
Resumo: A surdocegueira envolve uma maneira diferente de comunicação em comparação as outras deficiências sensoriais, com isso, outras formas de trabalhar os conteúdos devem ser pensadas para que o conhecimento científico alcance esses alunos. Recursos didáticos podem servir como uma eficiente ferramenta em sala de aula para promover interação entre os alunos e quando se propõe envolver também os alunos com deficiência, principalmente as deficiências sensoriais (cegueira, surdez e surdocegueira), recursos multissensoriais podem ser utilizados para estimulá-los aos sentidos que, de um lado lhes são peculiares e, de outro são comuns entre esses alunos e os estudantes sem deficiências sensoriais. Assim, pela perspectiva inclusiva em que a multissensorialidade (SOLER, 1999) fosse amplamente explorada, o aluno vidente deveria ser reconhecido também como tateante, ouvinte, cheirante e degustante. Não obstante, há uma hegemonia do sentido visual em detrimento de outros, pois, em termos sociais, um aluno vidente não é ouvinte, tateante, degustante e cheirante (CAMARGO, 2018). Por sua vez, o aluno com deficiência sensorial (nomenclatura socialmente atribuída) acaba explorando por meio da percepção as sensações, por exemplo, não visuais, mas que também se encontram disponíveis aos videntes. A presente pesquisa, de caráter qualitativo, consistiu em realizar um estudo a respeito da utilização de recursos didáticos no contexto de duas escolas com salas comuns, acompanhando duas alunas com surdocegueira nas aulas de Ciências analisando recursos didáticos manuais utilizados por elas e mediados pelas professoras que as acompanha diariamente além de realizar uma análise crítica a respeito das potencialidades de interação com alunos, professores e desenvolvimento da linguagem científica que esses recursos podem gerar. Ou seja, a pesquisa estabeleceu o foco em estudar as formas de comunicação estabelecidas pelas alunas com surocegueira nas aulas de ciências, suas interações com as pessoas que permeiam o ambiente escolar e os recursos didáticos utilizados em aula para mediar os conhecimentos. Para isso, foi realizada uma constituição de dados a partir da triangulação com base em entrevistas, fotos e relatos escritos de aula, a fim de validar em diferentes situações os dados obtidos para responder o que foi proposto. Em todo momento, foi observado como as alunas reagiram aos recursos em relação à comunicação que externam referente aos conteúdos ali envolvidos e as interações que esses recursos promovem. Com esta pesquisa, pretende-se contribuir para o desenvolvimento dos estudos já presentes na área de ensino de Ciências para alunos público alvo da educação especial, e em específico para os alunos com surdocegueira, possibilitando um aprimoramento para as pessoas que se encontram em contextos acadêmicos, bem como com a educação especial na perspectiva da educação inclusiva.