Indicadores acerca da escolarização de alunos com surdocegueira congênita

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Mata, Simara Pereira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/237119
Resumo: O processo de escolarização de alunos com surdocegueira requer, de modo geral, a adoção de recursos e estratégias didáticas-metodológicas específicas. Para os alunos com surdocegueira congênita, especialmente aqueles sem a apropriação de uma comunicação em nível linguístico, esse processo exigirá um programa educacional ainda mais específico e rigorosamente sistematizado, que atenda às suas peculiaridades. Dentro desse contexto, esta pesquisa, que tem como temática central a escolarização de alunos com surdocegueira congênita, foi organizada em dois estudos: 1) Escolarização de alunos com surdocegueira congênita na Educação Básica: uma revisão integrativa de literatura e 2) Escolarização de um aluno com surdocegueira congênita no ensino regular: um estudo de caso. Cada um destes estudos teve uma problematização específica que ajudou a alcançar o objetivo geral desta tese, qual seja: sistematizar indicadores que forneçam subsídios para o processo de escolarização inicial de alunos com surdocegueira congênita. O primeiro estudo de natureza qualitativa, do tipo descritivo, delimitado como revisão integrativa, teve como objetivos identificar e analisar os principais indicadores nas produções acadêmicas nacionais acerca da escolarização de alunos com surdocegueira congênita. Os resultados desse estudo, estruturados em cinco áreas temáticas - organização e gestão; avaliação; comunicação, interação e linguagem; Tecnologia Assistiva; e componentes curriculares - indicaram que, mesmo com o alto nível de heterogeneidade dentro da população com surdocegueira congênita, existem alguns aspectos comuns que podem ser considerados no processo de escolarização de alunos com essa condição. O segundo estudo, retrospectivo, com abordagem de natureza qualitativa, do tipo estudo de caso, teve como objetivos identificar e analisar aspectos da organização e do atendimento de uma escola regular de Ensino Fundamental I que atuou com um aluno com surdocegueira congênita de comunicação pré-linguística; e ainda, relacionar os indicadores das produções acadêmicas com essa organização escolar e identificar possíveis direcionamentos para o processo de escolarização inicial de um aluno com perfil semelhante. Participaram desse segundo estudo sete sujeitos: uma coordenadora pedagógica de Educação Especial da Secretaria Municipal da Educação -, uma professora de sala regular, uma professora de Atendimento Educacional Especializado, um professor de Arte, uma professora de Educação Física e duas profissionais de apoio que atuaram com um aluno com surdocegueira congênita de comunicação pré-linguística, considerado também como sujeito desse estudo, durante o Ensino Fundamental I em uma escola regular de um município do interior de São Paulo. Os procedimentos de coleta de dados adotados neste segundo estudo foram de entrevista semiestruturada e análise documental. Os resultados foram agrupados nas áreas temáticas e seus respectivos indicadores identificados no Estudo I e demonstraram que a maioria desses indicadores foram contemplados no processo de escolarização desse sujeito. Foi possível observar também, que alguns aspectos referentes à formação dos profissionais, designação de profissional de apoio e estabelecimento de parcerias intersetoriais e com a família se constituíram como desafios e barreiras nesse processo. Além disso, indicaram a necessidade de inserção de outros indicadores, além dos que haviam sido identificados no Estudo I, na área temática “gestão e organização” referentes à flexibilização do tempo/permanência do aluno no mesmo ano ou ciclo, à organização da turma com um número reduzido de alunos e à oferta de transporte para deslocamento do domicílio à escola. Os resultados obtidos com os estudos permitiram concluir que para os alunos com surdocegueira congênita a escola tem um papel bastante peculiar, no qual devem ser identificados e priorizados os conhecimentos necessários para o seu desenvolvimento, mesmo que estejam mais diretamente relacionados aos conceitos cotidianos. Para tanto, reforçamos a necessidade de um programa sistematizado para o processo de escolarização destes alunos.