Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Toloi, Jerusa Márcia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5178/tde-17092024-144947/
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Resumo: |
A proteína desempenha importante papel no cuidado de pacientes com câncer em unidades de tratamento intensivo, porém, estudos destacam os desafios na determinação da recomendação de dosagem ideal. Objetivo: Comparar duas estratégias de nutrição em pacientes oncológicos, recebendo alta carga de proteína de pelo menos 1,5g/kg versus baixa carga abaixo de 1,5g/kg, visando avaliar a sobrevida na UTI e a preservação da massa muscular até 15 dias. Metodologia: Trata-se de estudo clínico randomizado e controlado realizado em uma UTI oncológica de junho de 2019 a setembro de 2023, incluiu-se pacientes adultos com câncer em uso de terapia nutricional, onde foram randomizados para receber no grupo controle (GC): 1,5g de proteína/kg e grupo intervenção (GI): 2,0 g/kg, ao final foram alocados conforme a quantidade recebida em (GI) maior e (GC) menor que 1,5g/kg. Os dados de calorias e proteínas recebidas por sete dias foram registrados diariamente por 7 dias consecutivos. A massa muscular foi avaliada por ultrassonografia da espessura muscular do quadríceps (EMQ) nos pontos de ½ e 2/3 entre a crista ilíaca e a borda superior da patela, com e sem compressão máxima da sonda contra a coxa, no primeiro dia de inclusão (D1), no sétimo dia (D7) e no décimo quarto dia (D14). Os desfechos primários foram a sobrevida na UTI e EMQ até 15 dias. Os desfechos secundários incluíram tempo de internação na UTI e no hospital, de ventilação mecânica e necessidade de diálise, além de sobrevida hospitalar e em 60 dias. Resultados: Foram incluídos 117 pacientes, 31,6% (n=37) no GC e 68,4% (n=80) no GI. A idade mediana foi de 62 (48-68) anos, 52,1% masculino, o IMC foi de 25,7 (22,8-29,2) kg/m2 e SAPS 3 foi de 46 (36-58) pontos. O tempo entre a admissão na UTI e a inclusão no estudo foi de 4 (3 6) dias. A maioria eram cirúrgico (56,4%) de neurocirurgias (36,8%). A via de nutrição mais prevalente foi a enteral (95,5%), 67,4% da suplementação proteica foi com proteína do soro do leite e 45,3% eram de risco nutricional pela NRS-2002. A porcentagem mediana de adequação (%) e a quantidade calórica (kcal/kg) e proteína (g/kg) infundida no GC foi de 90%/18,3 kcal/kg e 89,1%/1,13 g/kg, já no GI foi de 96%/22,8 kcal/kg (p= <0,001), 98,4%/1,63g/kg (p= <0,001). Os grupos apresentaram o mesmo nível sérico de creatinina GC 0,60 (0,39-1,02) versus GI 0,55 (0,38-0,78), p= 0,231, Ureia GC 75 (47,8-105,1) versus GI 66,9 (49,5-94,7), p=0.462 e necessidade de diálise GC (18,9%) versus GI (8,8%) p=0,129). O tempo de internação na UTI foi semelhante entre os grupos [GC 13 (8-21) versus GI 13 (10-28) dias, p= 0,134], no entanto, o GI apresentou menor tempo de internação hospitalar [21 (15,2-29,5) versus 27,5 (17,5-42) dias, p= 0,020]. A EMQ da ½ da coxa com e sem compressão mostrou que o GI foi capaz de preservar a massa muscular, com diferença significativa entre os grupos (respectivamente; GLM p=0,036 e p=0,049). A sobrevida na UTI foi melhor no GI [HR = 0,31 (IC95% 0,15- 0,64)], assim como a permanência na ventilação mecânica [HR = 0,54 (IC95% 0,30-0,99)]. A sobrevivência hospitalar foi maior no GI [HR= 0,43 (IC95% 0,23-0,80)], assim como em 60 dias [HR= 0,43 (IC95% 0,23-0,80)]. Conclusão: A maior meta de oferta proteína se mostrou efetiva quanto à preservação da massa muscular e foi associada a maior sobrevida na UTI, no hospital e em 60 dias, com menor permanência de ventilação mecânica ao longo do tempo |