Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Batista, Carla Luciana |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-19112024-150812/
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Resumo: |
Introdução: A Fraqueza Adquirida na Unidade de Terapia Intensiva é um problema multifatorial, que afeta até metade dos pacientes internados com desfechos desfavoráveis, como o aumento do tempo de internação e da mortalidade. Um dos maiores ofensores para o seu desenvolvimento é o uso de ventilação mecânica invasiva. O diagnóstico muitas vezes é impreciso pela baixa capacidade de colaboração dos pacientes, e neste contexto, a atrofia muscular pode ser um importante marcador para o seu reconhecimento e prevenção. O uso da ultrassonografia (US) vem sendo proposto como um método viável para avaliação da massa muscular, sendo rápido, reprodutível, livre de radiação e sem riscos. O US permite a avaliação precisa do diafragma e músculos periféricos no acompanhamento do trofismo muscular, o que possibilita reconhecer o desenvolvimento da fraqueza em fases mais iniciais. No entanto, há evidências insuficientes sobre a interdependência entre a perda de massa dos músculos periféricos e diafragma, que permitiria estratégias de prevenção individualizadas. Métodos: Estudo prospectivo, observacional de centro único. Os pacientes foram avaliados quanto à espessura do músculo diafragma e quadríceps pela US nas primeiras 24 horas após a intubação e após a extubação. Foram coletados dados de gravidade (SAPS III, SOFA, índice de comorbidade), uso de sedação, drogas vasoativas, corticosteroides, bloqueadores neuromusculares, balanço hídrico, oferta proteica, tempo de permanência na UTI e no hospital, reintubação e mortalidade. Objetivos: Avaliar, por meio de imagem de US a correlação entre a evolução da espessura muscular dos músculos diafragma e quadríceps em pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva e seus respectivos desfechos clínicos. Resultados: Foram avaliados 51 pacientes [mediana 65 anos, intervalo interquartil 53 73], 60,8% sexo masculino (n=31)], com tempo de ventilação mecânica de 5,0 dias (intervalo interquartil 2,4 7,5). Foi observada uma variação de -17,7% entre a intubação e extubação para o músculo diafragma [(0,19 x 0,16 cm; p<0,001)] e de -5% para o quadríceps [(1,7 x 1,5 cm; p=0,027)]. Em 72% dos pacientes (n=37) houve diminuição da espessura do diafragma e em 64% (n=33) do quadríceps; no entanto, apenas 43% apresentaram atrofia em ambos os músculos. As análises de correlação relacionadas aos desfechos da atrofia do diafragma não mostraram associação com gravidade, duração da ventilação mecânica, tempo de permanência na UTI e no hospital, reintubação, balanço hídrico, oferta proteica e mortalidade, enquanto a atrofia do quadríceps foi associada a gravidade do paciente (SAPS III) e ao tempo de ventilação mecânica. Conclusão: Embora a maioria dos pacientes apresente perda de massa muscular em músculos respiratórios e periféricos, este estudo não encontrou correlação significativa entre as variações de espessura nessas duas musculaturas. A perda de espessura do diafragma foi mais pronunciada, mas não associada a nenhum fator de risco isolado. Em contraste, a perda na espessura do quadríceps mostrou correlação significativa com a gravidade e duração da ventilação mecânica, sem, contudo, se associar diretamente aos desfechos clínicos avaliados. Esses achados sugerem a necessidade de estudos adicionais para explorar as causas dessas diferenças e desenvolver estratégias preventivas individualizadas que possam mitigar a atrofia muscular em pacientes críticos |