Avaliação da perda de massa magra através do ultrassom de quadríceps em pacientes graves

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Toledo, Diogo Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5178/tde-10112021-113919/
Resumo: Justificativa e Objetivos: Sobreviventes da doença crítica experimentam perda significativa de músculo esquelético que pode estar associado a piores desfechos clínicos. O ultrassom (US) é um método não invasivo capaz de medir a espessura muscular do quadríceps (EMQ) à beira leito. Este estudo teve como objetivo determinar a perda muscular (utilizando o US) em pacientes graves sob ventilação mecânica (VM) por 7 dias e a relação entre perda da EMQ e sobrevida na unidade de terapia intensiva (UTI). Métodos: Este estudo avaliou 74 pacientes > = 18 anos, internados na UTI que necessitavam de VM por pelo menos 48 horas. O ponto de avaliação da EMQ foi nos dois terços da coxa com US portátil e um transdutor linear de 13 MHz. As medidas da EMQ (desvio padrão ± médio) foram realizadas na perna esquerda e direita no primeiro dia (D1), terceiro (D3) e sétimo (D7) da internação na UTI. Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 62,3 ± 19,5 anos sendo 54,1% dos pacientes do sexo masculino, com índice de massa corporal (IMC) de 25,5 ± 4,6 kg/m2, Simplified Acute Physiology Score (SAPS3) de 55,2 ± 17,2 e NRS-2002 (Nutritional Risk Screening) de 3,2 ± 1,0. No geral, a EMQ avaliada pelo US do primeiro ao sétimo dia diminuiu 15% (intervalo de confiança de 95%, 10,5% - 19,4%) e 12,7% (IC95%, 9,1% - 16,3%) nas pernas direita e esquerda, respectivamente. A diminuição da EMQ nas pernas direita e esquerda foi maior entre os não sobreviventes em comparação com os sobreviventes em todos os dias de avaliação. A diminuição da espessura muscular na perna direita foi de 2,1 ± 0,7 e 1,7 ± 0,5 cm no D1, 1,9 ± 0,7 e 1,6 ± 0,4 cm no D3, 1,8 ± 0,6 e 1,4 ± 0,4 cm no D7 em sobreviventes e não sobreviventes, respectivamente (general linear model [GLM]), P = 0,01). A diminuição da espessura muscular na perna esquerda foi de 2,1 ± 0,7 e 1,7 ± 0,4 cm no D1, 2,0 ± 0,8 e 1,7 ± 0,5 cm no D3, 1,8 ± 0,6 e 1,5 ± 0,5 cm no D7 em sobreviventes e não sobreviventes, respectivamente (GLM, P = 0,04). A análise característica de operação do receptor mostrou que o valor de corte da EMQ de < = 1,64 cm no dia 7 pode discriminar sobrevivência (área sob então curva = 0,7; IC95%, 0,582 - 0,801). Assim, na regressão de Cox após ajuste para SAPS3 e sexo, a probabilidade de os pacientes permanecerem em ventilação mecânica foi maior, com perda de < = 1,64 cm de espessura muscular da coxa no dia 7, e a razão de risco (HR) foi de 2,1 vezes (IC95%, 1,1 - 3,8) maior que suas contrapartes (P = 0,017). Da mesma forma, quanto à probabilidade de sobrevida na UTI (RH, 3,7; IC95%, 1,2 - 11,5) e sobrevivência hospitalar (HR, 4,5; IC95%, 1,5 - 13,7), a perda de espessura muscular na coxa foi de < = 1,64 cm no dia 7. Conclusões: A medição da EMQ utilizando o US mostrou que pacientes graves apresentam perda muscular diária e a diminuição da espessura muscular foi associado à maior mortalidade na UTI