Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Ormelezi, Eliana Maria |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-22062007-111924/
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Resumo: |
Esta Tese tem como objeto de estudo a criança cega congênita com problemas na constituição da subjetividade e do desenvolvimento e sua inclusão educacional e escolar. É composta por um estudo de caso de um menino cego, no período em que ele se encontrava com cinco e seis anos de idade, com o objetivo de conhecer as especificidades dessa criança no modo como se instauraram os graves problemas de desenvolvimento, identificando singularidades e condições nas quais ela manifesta possibilidades de tornar-se sujeito e desenvolver-se, viabilizando também a inferência em relação a outras crianças cegas que mostram problemas semelhantes, sem compará-las à criança vidente. Além desse estudo apresentamos o levantamento de dados de outros dois casos para corroborar a análise e reflexões do primeiro. Estudar essa problemática, com o foco no âmbito educacional, poderá colaborar com os educadores na criação de condições necessárias à efetiva participação dessas crianças no contexto escolar. As referências teóricas que apóiam este trabalho estão pautadas em conceitos fundamentais da Psicanálise que abrem perspectivas para pensar essa criança, tais como as noções de corpo para além do dado orgânico na implicação da constituição de sujeito e a noção de olhar constituinte do sujeito, capaz de ver a criança além da deficiência. A abordagem da Psicanálise com a Educação, as especificidades da Educação Especial com foco na deficiência visual e os debates acerca dos paradigmas que atravessaram a Educação Especial até a Educação Inclusiva também deram suporte teórico à questão estudada. Os procedimentos metodológicos adotados foram a observação participativa da criança em atividades em uma instituição especializada e a entrevista com a mãe. Para análise dos dados foi adotado o método de Análise de Discurso em três níveis, a saber: 1) das condutas, falas, emoções, expressões corporais e modos próprios da criança; 2) do discurso de sua mãe; e 3) da inter-relação dos elementos significativos do discurso da mãe e das manifestações da criança. Os dados obtidos nesta pesquisa confirmam que a cegueira não é fator determinante nos desvios e comprometimentos no desenvolvimento, apesar de ter valor fundante na estruturação psíquica. A criança que nasce cega tem plenas condições de constituir-se sujeito, bem como de desenvolver-se. Mas ela poderá ter seu caminho impedido dependendo de como seus pais se sentirem afetados em sua fantasmática acerca da cegueira. São as dificuldades na interação mãe-bebê que poderão causar problemas para essa criança se desenvolver. Sua cegueira pode ser um limite ao desenvolvimento e à constituição, mas não a causa de possíveis desvios. É a preocupação com a inclusão educacional e escolar que dá sentido a este mergulho junto à mãe e à criança que estudamos para compreender o conflito referente à deficiência que se instala na família, o qual se estende a toda sociedade, da qual a escola é uma parte fundamental. |