Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2000 |
Autor(a) principal: |
Ormelezi, Eliana Maria |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48131/tde-13072007-155541/
|
Resumo: |
Esta é uma pesquisa sobre a aquisição de conhecimento pelo cego no que diz respeito às representações mentais - imagens e conceitos - acerca do mundo, dos objetos, situações, eventos, e relações humanas. Ela parte das seguintes questões levantadas no período de vinte anos de prática profissional na área da psicologia educacional e clínica, a saber: - como o cego congênito forma as representações mentais e os conceitos sobre objetos, situações e eventos? - como adquire conhecimento sobre o mundo de coisas pouco ou nada acessíveis aos seus canais perceptivos? - que elementos contribuem para a formação de sua imagem corporal e o que daria ao cego a consciência de si? Para esta investigação foram entrevistados cinco adultos entre dezenove e quarenta e quatro anos, cegos congênitos, sem outros comprometimentos associados à cegueira, com nível de escolaridade médio e superior, pertencentes às classes sociais média e alta. A modalidade escolhida para a entrevista foi a semi-estruturada, que indaga aos sujeitos sobre imagens e conceitos de coisas pouco ou nada acessíveis aos sentidos de que dispõem - sol, lua, nuvem, estrela, montanha, espelho - e outros referentes à própria pessoa, como consciência de si e imagem corporal. O estudo pautou-se por uma abordagem qualitativa de pesquisa na coleta dos dados e pelo método fenomenológico de análise, desvelando os significados que emergiram dos relatos dos entrevistados. Nesse sentido, traz à luz o percurso do próprio cego, evidenciando os caminhos trilhados por ele para adquirir o conhecimento sobre o mundo, ora por meio do universo corporal, dado pelas percepções táteis, cinestésicas, auditivas e olfativas, ora pelo universo simbólico, por meio do qual a experiência concreta passa a ser representada mentalmente, mediada pela linguagem e pela afetividade. Como embasamento teórico, buscou-se o referencial cognitivista. Foram levantados os estudos existentes, em sua grande maioria piagetianos e comparativos entre cegos e videntes; e utilizados os fundamentos extraídos do pensamento de Vygotsky, que sustenta a dimensão social, e de Wallon, que identifica a dimensão da afetividade na constituição do sujeito. Finalmente, este estudo procura deixar, para os profissionais que trabalham com cegos, algumas reflexões quanto à singularidade da cegueira no processo das construções mentais na aquisição do conhecimento. |