Ocorrência de problemas psíquicos no autismo: estudo de caso-controle a partir de eixos psicanalíticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Peres, Luciana Solano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-06082015-162226/
Resumo: Vários estudos apontam alarmantes números referentes à prevalência dos distúrbios do desenvolvimento e dos transtornos mentais na infância e na adolescência na maioria dos países em desenvolvimento, incluindo o autismo. Os estudos mais recentes apresentam uma tendência de encontrar sinais no comportamento do bebê que pudessem evidenciar o curso de um autismo. O objetivo é pensar em intervenções em sinais iniciais de problemas de desenvolvimento visando um melhor desenvolvimento do tratamento, o que ganha força a partir dos expressivos resultados encontrados nessas intervenções. Com isso, cria-se a necessidade de utilização de instrumentos de diagnóstico, avaliação e identificação precoce como ponto inicial para um prognóstico diferenciado. O IRDI apresenta-se como um instrumento que pode ser utilizado com esse objetivo, inclusive na saúde pública, ou seja, atingindo grande escala populacional. Assim, objetiva-se, com esta pesquisa, verificar se há diferença estatisticamente significativa entre crianças com desenvolvimento típico e autistas no que tange aos indicadores e aos eixos estabelecidos pelo IRDI. A amostra do estudo foi composta por 112 crianças de 2,9 anos a 7,6 anos, sendo 36 com autismo e 76 com desenvolvimento típico. Realizamos uma análise estatística dos dados comparando o grupo-controle (crianças com desenvolvimento típico) com o grupo caso (crianças com autismo) para verificar as diferenças entre cada um dos 31 indicadores do IRDI, assim como seus quatro eixos, quais sejam, alternância presença/ausência, suposição do sujeito, estabelecimento de demanda e função paterna. Tendo analisado os dados encontrados dos indicadores do IRDI demonstramos a significância estatística a partir da qual podemos distinguir claramente crianças com autismo das com desenvolvimento típico, posteriormente fizemos a mesma análise a partir dos eixos, na qual também pudemos fazer tal distinção. Concluímos, assim, que a associação estatisticamente significativa entre os eixos do IRDI e a condição autística da criança permite avançar na compreensão da natureza da experiência psíquica da criança com seus pais. Essa é uma contribuição importante no que tange a orientação clínica de crianças com grave sofrimento psíquico que podem estar num percurso autístico, direcionando a uma prática e uma escuta diferenciadas que possibilitem intervenções oportunas antes da instalação de formas mais graves dos quadros vividos