Efeito dos compostos fenólicos do cacau e chá mate no perfil inflamatório de indivíduos com HIV/aids em terapia antirretroviral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Petrilli, Aline de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-21082015-135240/
Resumo: Introdução: Estudos apontam maior ocorrência de complicações cardiovasculares na população com HIV/aids. Sabe-se que as alterações iniciais que posteriormente evoluem para doenças cardíacas estão relacionadas às mudanças no perfil inflamatório e oxidativo. Diversas pesquisas, utilizando diferentes populações, demonstraram que os flavonoides presentes no cacau (Theobroma cacao) e na erva mate (Ilex paraguaensis) podem melhorar a função anti-inflamatória e antioxidante do organismo. Objetivo: Avaliar o efeito da ingestão de chocolate e chá mate no perfil inflamatório e oxidativo de pessoas vivendo com HIV/aids (PVHIV/aids) em terapia antirretroviral (TARV). Metodologia: Ensaio clínico do tipo crossover, aleatorizado, cego e controlado por placebo envolvendo 92 voluntários, de 28-59 anos de idade, em tratamento regular com TARV por, no mínimo, 6 meses e com carga viral <50 cópias/mL. Os voluntários consumiram 65g de chocolate em barra (chocolate preto contendo 36g de cacau e placebo) e 3g de chá (erva mate solúvel e placebo) por 15 dias cada, seguido por 15 dias de washout entre cada período de suplementação. Além das variáveis inflamatórias e oxidativas (PCR-us, fibrinogênio, TBARS, HDL-c), foram avaliadas as seguintes características: perfil demográfico e socioeconômico, variáveis antropométricas, imunológicas e prática de atividade física. As análises estatísticas foram realizadas por análise de variância (ANOVA) utilizando o procedimento pkcross no software Stata versão 11.0. O teste t de Student pareado foi feito para comparação das médias dos parâmetros no baseline e pós suplementação. Considerou-se significante p0,05. Resultados: Os participantes eram na maioria do sexo masculino (63,0 por cento ), com média de idade de 45,0 (±7,3) anos. Observou-se média de 13,3 (5±) anos de diagnóstico de HIV, com 10,7 (±5,1) anos de uso de TARV. Quando feita análise por ANOVA houve melhora significativa apenas para o HDL-c (p = 0,05). Entretanto, na comparação entre as variáveis no baseline x chocolate preto, pelo teste t de Student pareado, observou-se aumento de HDL-c (p = 0,01) e diminuição de leucócitos (p = 0,01) e neutrófilos (p = 0,02), e quando comparados os valores das variáveis entre chocolate preto x placebo também houve diferença estatisticamente significativa para HDL-c (p = 0,05), leucócitos (p = 0,01) e neutrófilos (p = 0,03). Conclusão: Este é o primeiro estudo clínico que avaliou o efeito da ingestão de chocolate (cacau) e chá mate (erva mate) no perfil inflamatório e oxidativo de PVHIV em TARV. No presente estudo, o consumo de ambos os suplementos por 15 dias cada, não foi suficiente para melhorar os marcadores do perfil inflamatório e oxidativo destes indivíduos, apesar da alteração significativa de alguns parâmetros relacionados à inflamação e oxidação, como aumento de HDL-c e diminuição de leucócitos e neutrófilos após o consumo do chocolate preto. Tal resultado pode ser devido ao metabolismo diferenciado de PVHIV/aids, o qual sofre alterações não apenas pela própria infecção, mas também pela TARV, a quantidade e biodisponibilidade dos flavonoides nos suplementos e ao tempo de intervenção.