Fatores associados à retirada regular da terapia antirretroviral na Cidade de Santos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Jefferson Santos de lattes
Orientador(a): Barros, Claudia Renata dos Santos lattes
Banca de defesa: Barros, Claudia Renata dos Santos, Zucchi, Eliana Miura, Pereira , Luiz Alberto Amador
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica de Santos
Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Saúde Coletiva
Departamento: Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://tede.unisantos.br/handle/tede/7181
Resumo: Introdução: O Brasil e o mundo ainda sofrem com a notificação diária de novos casos de pessoas infectadas pelo HIV; contudo, também é de conhecimento universal a evolução no conhecimento adquirido ao longo dos anos acerca da infecção e seu tratamento. O Brasil possui como protocolo instituído pelo Ministério da Saúde (MS) o ¿Testar e Tratar¿, que confere à PVHIV após o diagnóstico a recomendação imediata da terapia antirretroviral, independentemente de sua condição clínica. Essa estratégia reflete a ¿Meta 90 90 90¿ que estipulou até o ano de 2020 que 90% das pessoas que vivem com HIV conheçam seu estado sorológico, 90% dessa população esteja em tratamento e que 90% esteja em supressão viral. Assim, o Brasil conquista posição de destaque entre outros países em desenvolvimento quanto ao enfrentamento da epidemia de HIV, ação que, além de beneficiar indiscriminadamente toda população, contribuiu diretamente para o rompimento da cadeia de transmissão do HIV. Objetivo: Analisar os fatores associados à retirada regular de antirretrovirais dos pacientes matriculados no Serviço de Atendimento Especializado em HIV da cidade de Santos nos anos de 2014 a 2018. Método: Estudo quantitativo de recorte transversal, realizado nos anos de 2014 a 2018 por meio da análise de prontuários do Serviço de Assistência Especializada ¿ SAE em HIV/AIDS da cidade de Santos. Para realizar a análise do estudo foram avaliados o indicador de tempo e a quantidade de medicamentos dispensados pela farmácia do SAE ¿ Santos extraídos do banco de dados SICLOM. O intervalo adotado para essa determinação foi dos primeiros 180 dias a contar da primeira retirada do paciente, desde que tenha sido efetuada até o mesmo período após sua entrada no serviço, seguindo assim os objetivos desta pesquisa. O indicador metodológico utilizado foi baseado na Proporção de Dias Cobertos (PDC ¿ Proportion of Days Covered). Resultados: Dentre os pacientes participantes do estudo 84% possuíam retirada regular da terapia antirretroviral. Em relação ao perfil da população do estudo, pudemos observar que na variável sexo (1.072) o masculino apresenta 79% em relação ao sexo feminino; observa-se que 89% das pessoas são adultos com idade entre 25 e 60 anos; e quanto à cor da pele (979) 1/3 da população é parda. Quanto ao nível de escolaridade (1.032) da população 67% das pessoas possuem nove anos ou mais de estudo; quanto ao estado marital (1.025) 60% da amostra declararam ser solteiras; e em referência à categoria de exposição (1.017) metade autorrelatou ser heterossexual. Em relação às condições clínicas, 65% das PVHIVs apresentaram resultados dos linfócitos CD4 ¿350 células/mm³ e 57% estavam com o resultado para exame de carga viral com limite <50 cópias/mL. Ao analisar o tempo de diagnóstico, os resultados demonstraram que 87% das pessoas tiveram o diagnóstico após o ano de 2014. Quanto ao esquema terapêutico utilizado pelos pacientes 79% das pessoas usavam outras terapias que não apenas a 3x1; 82% efetuaram pelo menos duas ou mais retiradas. Conclusão: As características pessoais dos pacientes são fatores que podem influenciar no processo da retirada da terapia antirretroviral e em consequência o nível de adesão ao tratamento. É importante identificar o perfil dos pacientes vivendo com HIV para conhecer suas características pessoais e assim direcionar os esforços mediante suas necessidades. A retirada da terapia antirretroviral pôde ser associada a uma escolaridade da população, porém ainda há relevância em analisar outros fatores que possam melhor compor o perfil dos indivíduos em retirada regular da terapia.