Efeito da ingestão de chocolate e erva mate no perfil lipídico e oxidativo de indivíduos com HIV/AIDS em uso de terapia antirretroviral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Souza, Suelen Jorge de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-11102013-093649/
Resumo: Introdução: Atualmente observa-se aumento das complicações cardiovasculares, como alterações no perfil lipídico e oxidativo, em indivíduos com HIV/AIDS, devido à própria infecção, bem como aos diferentes componentes da terapia antirretroviral (TARV). Vários estudos, em outras populações, mostram que os flavonóides presentes no cacau (Theobroma cacao) e erva mate (Ilex paraguariensis) podem melhorar a função cardiovascular devido às suas propriedades antioxidantes e hipolipemiantes. Objetivo: Avaliar o efeito da ingestão de chocolate e erva mate no perfil lipídico e oxidativo de indivíduos com HIV/AIDS em TARV. Metodologia: Ensaio clínico do tipo cross-over, aleatorizado, cego e controlado com placebo envolvendo 89 voluntários, de 28-59 anos de idade, em tratamento regular com TARV por, no mínimo, seis meses e com carga viral <500 cópias/mL. Os voluntários consumiram 65g de chocolate em barra (chocolate preto contendo 36g de cacau e placebo) e 3g de chá (erva mate solúvel e placebo) por 15 dias cada, seguido por 15 dias de washout entre cada período de suplementação. Foram avaliadas as seguintes características: perfil demográfico e socio-econômico, variáveis antropométricas, imunológicas, prática de atividade física, perfil lipídico (colesterol total, LDL-c, HDL-c, não HDL-c, triacilgliceróis e índices de Castelli I e II), e oxidação lipídica (LDL eletronegativa e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico-TBARS). As análises estatísticas do cross-over foram realizadas através de análises de variância (ANOVA) utilizando o procedimento pkcross no software Stata versão 11.0. Também se realizou teste t de Student pareado entre os parâmetros no baseline e após consumo dos suplementos de interesse (chocolate preto e erva mate). Considerou-se significante p<0,05. Resultados: Os pacientes eram na maioria do sexo masculino (62,9 por cento), com média de idade de 44,6 (±7,1) anos. Observou-se média de 13,2 (±4,8) anos de diagnóstico de HIV/AIDS, com 10,6 (±5,1) anos de uso de TARV. Não houve diferença significativa comparando as médias das variáveis do perfil lipídico e oxidativo entre as diferentes suplementações (chocolate preto, erva mate e placebos) por ANOVA. Entretanto, na comparação entre as variáveis no baseline e após consumo de chocolate preto, pelo teste t de Student pareado, observou-se aumento de colesterol total (p=0,005), HDL-c (p=0,019) e LDL-c (p=0,002). Conclusão: Este é o primeiro estudo clínico que avaliou o efeito da ingestão de chocolate (cacau) e chá mate (erva mate) no perfil lipídico e oxidativo de indivíduos com HIV/AIDS em TARV. No presente estudo, o consumo tanto do cacau quanto da erva mate por 15 dias cada, não foi suficiente para melhorar o perfil lipídico e oxidativo destes indivíduos, apesar do aumento de HDL-c observado após o consumo do chocolate preto. Tal resultado neste grupo de indivíduos pode ser devido ao seu metabolismo diferenciado, o qual sofre alterações não apenas pela própria infecção, mas também pela TARV, a quantidade e biodisponibilidade dos flavonóides nos suplementos e ao tempo de intervenção