Adesão à Terapia Antirretroviral de Pessoas Vivendo com HIV/aids

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: CARVALHO, Patrícia Paiva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/505
Resumo: A aids gera uma imunodeficiência grave, infecções e neoplasias associadas, podendo levar à morte. Por seu caráter pandêmico e gravidade, representa um problema mundial de saúde pública. Durante as últimas décadas a disponibilidade da Terapia Antirretroviral (TARV) levou a uma diminuição relevante da morbi-mortalidade relacionada ao HIV/aids. Desse modo, a infecção passou a ser entendida como uma doença crônica. Os benefícios da TARV, contudo, não são alcançados se não houver adesão ao tratamento. A literatura aponta a importância de investigações nessa temática e a necessidade dos serviços de saúde conhecerem o perfil e a adesão de seus usuários. Assim, o principal objetivo deste trabalho foi caracterizar o perfil e a adesão à TARV de Pessoas Vivendo com HIV/aids (PVHA) de uma cidade do interior de Minas Gerais. A adesão foi definida utilizando duas medidas para aferí- la: o questionário validado para avaliação da adesão ao tratamento antirretroviral (CEATVIH) e o registro de dispensação da TARV. Esse objetivo foi alcançado com a realização de dois estudos. Inicialmente, procedeu-se uma revisão integrativa de literatura, norteada pela pergunta “Quais fatores identificados na literatura estão associados à adesão à Terapia Antirretroviral em adultos vivendo com HIV/aids?”, construída a partir da estratégia PICO. Foram analisados 125 artigos, publicados entre janeiro de 2010 e dezembro de 2016, quanto as características dos estudos, medidas de adesão e fatores associados. Os resultados mostraram grande variação na definição da adesão e no uso das medidas para seu monitoramento, além de diversos fatores associados à adesão. Esses foram agrupados em categorias, sendo elas: 1. variáveis individuais; 2. características do tratamento; 3. características da infecção pelo HIV/aids; 4. relação com o serviço de saúde e 5. apoio social. Esse estudo apontou para a necessidade do monitoramento contínuo da adesão. Em seguida, realizou-se um estudo descritivo com 190 participantes, com objetivo de caracterizar o perfil dos usuários e a adesão à TARV de PVHA atendidas em um ambulatório de infectologia de11 uma cidade no interior de Minas Gerais. Os instrumentos utilizados foram: 1. Questionário elaborado para a pesquisa, construído a partir da revisão de literatura, com enfoque nas características sociodemográficas, clínicas, hábitos de vida, apoio social, relação com o serviço de saúde e conhecimento sobre HIV/aids e TARV; 2. Escala de Depressão, Ansiedade e Stress (DASS- 21); 3. Questionário CEAT-VIH para avaliação da adesão; 4. Questionário de dados nutricionais e de dados de Dispensação dos Antirretrovirais. Dos participantes, 51,6% eram homens, idade média de 44,9 anos (DP+12,0), com baixa renda (66,2%) e baixa escolaridade (60,5%). A média de CD4 foi de 596 cels/mm3 (D.P. + 352,2). A maioria tinha 10 anos ou mais de infecção (54,2%) e apresentava carga viral indetectável (68,9%). Uma grande parte (44,4%) fazia uso de TARV há mais de 10 anos. Conforme o registro na farmácia e o CEAT-VIH, foram considerados aderentes 11,1% e 69,0% dos entrevistados, respectivamente. Foram encontradas taxas altas de não adesão, reforçando a importância de que os serviços caracterizem seus usuários e monitorem continuamente a adesão aos antirretrovirais para a detecção precoce da não-adesão e estabelecimento de planos efetivos de intervenção.