Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Rocha, Maristela do Nascimento |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81131/tde-03052019-160803/
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Resumo: |
Esta tese enfrenta uma dificuldade tradicional da pesquisa em Educação, que é a de associar a cultura que já existe anteriormente ao sujeito e o seu direito de se apropriar dela de maneira não dogmática. Essa dificuldade tem sido acompanhada de dicotomias que nos levam ora a centralizar o currículo no sujeito - o que tende a suprimir o papel de transmissão cultural da escola -, ora no conhecimento como um fim em si mesmo, o que tende a silenciar a voz do sujeito. Ao identificar que as soluções propostas atualmente pelas filosofias liberais fazem uma falsa inclusão do sujeito, reivindicamos propostas que o incluam de fato - propostas éticas. Nossa principal hipótese é a de que este problema educacional carrega problemas filosóficos em torno do conceito de \'conhecimento\' e nos propomos a dissolvê-lo através da desnaturalização do que estamos acostumados a chamar de \'conhecimento\' e de uma posterior redefinição do papel fundamental da escola em diálogo com diferentes filosofias da educação. Para desnaturalizar o conhecimento, realizamos uma terapia wittgensteiniana da linguagem no contexto da física com o intuito de dissolver as dicotomias levantadas e de colher argumentos para o debate geral a respeito do papel da escola. A terapia é realizada através da análise pragmática da linguagem utilizada nos textos de Newton e das criações marginais feitas a partir de sua mecânica pelos físicos André Assis, Julio Garavito e Ernst Mach. Esta metodologia de trabalho reflete a própria natureza da dificuldade, que é a de associação entre \'universal\' e \'particular\'. O diálogo nos levou a redefinir o significado de \'transmissão cultural\' e de \'voz do sujeito\' de acordo com as necessidades do nosso tempo e com as limitações epistemológicas dos conteúdos que escolhemos para compor o currículo escolar, nos auxiliando a escapar a dificuldade inicial e a construir critérios éticos e epistemológicos para a redefinição do papel da escola. A partir dos novos significados, defendemos um papel fundamental da escola em nosso tempo: o de descolonizar o conhecimento. Em outras palavras, a escola, que muitas vezes é considerada como não responsável pela solução de problemas sociais, possui, sim, a grande responsabilidade na libertação das mentes colonizadas, e assim, a de auxiliar na retirada do conhecimento do controle de poucos através da desmistificação da imagem de mundo que o suporta. Essa tarefa só pode ser realizada pela escola pública, única instituição obrigatória para todos e que é consagrada por sua estreita conexão ao conhecimento. |