Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Elisa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-01102012-105619/
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Resumo: |
A presente investigação teve como alvo analítico a aliança discursiva entre cidade e educação na atualidade, a partir de um tipo de problematização fundamentado no pensamento de Michel Foucault. Mais especificamente, foram mobilizadas as teorizações foucaultianas sobre representação, verdade, história e genealogia com o intuito de embasar os procedimentos de endereçamento às fontes eleitas. Para tanto, partiu-se da constatação de uma profusão de iniciativas voltadas ao fomento de medidas de cunho pedagógico/formativo nos mais diversos contextos e equipamentos urbanos contemporâneos, nos quais práticas educacionais são flagradas permeando variadas circunstâncias externas ao âmbito exclusivamente escolar. Destaca-se aí a proposta internacional de cidade educadora, a qual constitui a temática fulcral em análise neste estudo, sendo considerada um horizonte tão apregoado quanto fugidio de articulação entre determinadas formas de organização citadina e modos de existência possíveis aos seus habitantes. Com base na hipótese de que o lastro educacional de iniciativas dessa ordem não seria algo exclusivo do tempo presente, optou-se por perspectivar tal horizonte segundo um plano estratégico composto por outros modelos de cidade considerados ideais em diferentes momentos históricos. Assim, a primeira parte da investigação consiste na forja de um cenário analítico que se debruçou sobre alguns projetos urbanos ficcionais; dentre eles, quatro referências históricas receberam destaque: A República, de Platão; Utopia, de Thomas More; Cidade do Sol, de Tommaso Campanella; e Walden II, de Burrhus Frederic Skinner. Visou-se, então, esquadrinhar cada um desses modelos idealizados, adotando como vetor de leitura os arranjos educacionais a eles atinentes. Uma vez percorrido tal cenário e tendo em vista o que ele permitiu esboçar acerca das relações entre educação, modos de governar e processos de subjetivação, o problema urbano-educativo contemporâneo foi examinado mais detidamente. Em uma espécie de jogo de claro-escuro analítico, tratou-se ora de interpelar as racionalidades que o sustentam, ora de confrontá-lo com os ideais de cidade previamente analisados, de modo que, ao final, fosse possível posicioná-lo no bojo de um panorama complexo no qual se emaranham tanto linhas acirradas de governo das condutas, quanto irrupções heterotópicas imprevistas pelas idealizações que o promovem. Mediante tais ponderações críticas, pode-se admitir que a educação ocupa um lugar paradoxal no encontro entre a cidade e seus homens, sendo convocada, ao mesmo tempo, a afiançar o exercício da liberdade e a sujeitá-lo aos intentos do ordenamento urbano. |