Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Costardi, Gabriela Gomes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-15022016-112250/
|
Resumo: |
Este trabalho busca inspiração na teoria política de Hannah Arendt com vistas a formular uma noção de política da psicanálise de orientação lacaniana. Os conceitos da teoria arendtiana que servem, especialmente, a esse diálogo são: ação política, estabelecimento de compromissos e pluralidade política. Do aporte teórico de Jacques Lacan comparecem, com especial destaque: o ato psicanalítico, a transmissão e a lógica da sexuação feminina. O princípio que reuniu ambos os autores foi o de que a ação é o dispositivo máximo de superação da repetição seja no âmbito político, seja no do sujeito do inconsciente. Ao localizar a ação política no espaço público, Arendt chama a atenção para o fato de ela ser realizada pelos homens, no plural, e em condições de igualdade; e, ainda, de ser lócus da liberdade enquanto capacidade de iniciar. Em contrapartida, a autora postula que aquilo que foi fundado pela ação conjunta adquire permanência no corpo político a partir do compromisso que se estabelece entre os indivíduos políticos, o que dá origem ao mundo. Em suma, temos que a concepção arendtiana de política tem em seu centro as noções de ação e de mundo. Do lado da psicanálise, encontramos no ato um dispositivo capaz de promover um novo início na vida subjetiva. Contudo, o ato em si mesmo não é capaz de constituir uma dimensão política, já que nem implica uma coletividade, nem o engendramento do mundo. Nesse sentido, nossa tese propõe que seja preciso acrescentar a noção de transmissão à de ato para se formular uma política da psicanálise. Isso requer que, juntamente com a categoria da verdade, seja levada em conta a do saber, já que, ao contrário da primeira, é o último que carrega uma exigência de transmissibilidade. A noção de transmissão, ainda, se mostra fundamental para nosso argumento, ao colocar em jogo uma transferência de trabalho entre vários sendo esse o significante com o qual nomeamos a coletividade que é engendrada pela dimensão política da psicanálise. Assim, ato e transmissão se colocam como categorias capazes de sustentar uma noção de política da psicanálise. Além disso, aproximamos a pluralidade política arendtiana da lógica da sexuação feminina lacaniana, com vistas a situar o tipo de coletividade que decorre dessa concepção de política em relação a outras que prezam pela unificação do corpo político. Nesse debate, consideramos como mecanismos que causam a unificação do corpo político o antagonismo e a representação, tal como encontrada na soberania e no populismo. Destacamos, ainda, que esse percurso de investigação nos permitiu refletir diretamente sobre dois importantes temas da teoria política, a partir de uma perspectiva psicanalítica, nomeadamente: a liberdade e a autoridade. Por fim, demarcamos que a pesquisa toma alguns princípios da teoria psicanalítica como fundamento de sua metodologia, a saber: a leitura e a escrita enquanto atos que concernem ao real; a consideração da dimensão transferencial da investigação e a noção de inspiração enquanto guia para posicionar os parceiros nessa interlocução sendo a última uma recomendação de Lacan quando trata da política de sua Escola |