Autoridade no professor em tempos de fragilização simbólica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Moscalcoff, Luisa Bottiglieri
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48138/tde-01022021-131234/
Resumo: O presente trabalho é movido pelo desejo de melhor compreender e dar forma ao mal-estar na educação, ajudando os educadores em sua prática. Ele parte da inquietação frente às adversidades vividas em sala de aula, descritas pelos professores através de narrativas de embates entre adultos e alunos, comumente protagonizados por crianças ditas sem limites. Tal expressão, compreendemos, indica a presença de uma especial dificuldade no encontro com a falta, sendo esse um ponto importante para a investigação. Supomos tratar-se de algo que se dá no encontro e que se deve ao fato de que a autoridade no adulto tem papel central no que se refere a ordenação da falta por parte da criança. No entanto, sabemos, tal posição está em crise. Diante disso, tomou forma a pergunta que norteia essa pesquisa: as adversidades experimentadas em sala de aula podem ser desdobramento das dificuldades do adulto de se valer da autoridade, diante da circulação na cultura de ideias que a fragilizam? Na busca por respostas, tendo como referência a teoria psicanalítica, foi feita uma pesquisa teórica. Como complemento, foram realizadas entrevistas com cinco professoras, das quais extraímos trechos que ilustram e ratificam nossa hipótese. Esse caminho, iniciamos refletindo a respeito do adulto que educa, compreendendo que ele ocupa um lugar de representação simbólica que se relaciona com a autoridade. Para tal, situamos a concepção de autoridade a partir de uma leitura psicanalítica das ideias de Hannah Arendt. Em um segundo momento, apontamos a presença na cultura de ideias que enfraquecem a autoridade no professor, na medida em que fragilizam aquilo que ela representa e que a legitima. Na etapa final, então, apontamos os desdobramentos dessa fragilização. Sendo um deles, justamente, adversidades tais como os excessivos embates e a criança sem limites. A pesquisa nos indicou, ainda, que a dificuldade vivida pelo professor é marcada pela contradição, elemento esse que atravessa o campo não pacificado da autoridade.