Notícias de Segunda Mão: os jornais locais e a cobertura política

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nunomura, Eduardo Yoshio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27153/tde-19092018-152451/
Resumo: Esta tese de doutorado, que se insere no âmbito das pesquisas de comunicação e política, tem como objeto a imprensa regional ou local, a partir de uma questão crucial: teriam os jornais locais deixado de exercer o papel de controle e fiscalização do poder e, portanto, deixado de cumprir a missão de bem informar os cidadãos, acomodando-se a seguir a pauta e o enfoque dos veículos aos quais tomam de empréstimo o noticiário? Por meio de uma investigação da história do jornalismo local, conjugada com estudos empíricos acerca do discurso midiático, o presente trabalho conclui, baseado em estudos de caso e análises quantitativas e qualitativas de uma amostragem significativa de jornais locais e regionais, que a resposta a essa pergunta é \"sim\". O Brasil não conta uma imprensa local forte, o que acarreta implicações negativas para a democracia. O corpus da pesquisa foi recortado de seis veículos locais ou regionais: Comércio do Jahu-SP, Correio do Povo-RS, Diário do Rio Doce-MG, Folha do Estado da Bahia-BA, Jornal do Povo-MS e O Liberal-PA. Foram estudadas edições de cada um desses títulos, publicadas durante as crises políticas de 2015 a 2017. Além disso, profissionais responsáveis por esses conteúdos e representantes de associações de diários dos interiores e agências de notícias foram longamente entrevistados. Os resultados evidenciam o uso excessivo de notícias de segunda mão, isto é, não produzidas por equipes próprias. A análise do discurso aqui empreendida demonstrou que, no caso do impeachment de Dilma Rousseff, os seis jornais reproduziram, com ângulos praticamente idênticos e sem contextualização municipal ou regional, o discurso de Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo. Já sob o governo de Michel Temer, esses jornais procuraram se afastar da narrativa das três grandes publicações, denotando estar a serviço de interesses políticos de suas regiões.