O Conselho Universitário da USP: construção e embates na reforma universitária (1968-1969)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Guilherme Mendes Cruz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-14042023-135131/
Resumo: Esta dissertação estudou a reforma empreendida pela Universidade de São Paulo nos anos 1968 e 1969, no contexto da ditadura militar, mapeando os projetos em disputa dentro do Conselho Universitário da USP, órgão encarregado de fazer a reforma e adaptá-la às diretrizes definidas pelo governo federal. Para compreender esse processo foram utilizadas como fontes principais as atas das sessões, complementadas com entrevistas, documentos oficiais, do governo ou da universidade, leis e decretos. O trabalho foi focado nas sessões ordinárias e extraordinárias, cotejando a leitura com eventos externos ao Conselho. Foi possível identificar as forças políticas e as dinâmicas internas ao Conselho, grosso modo, dividido entre representantes das faculdades tradicionais e representantes das faculdades científicas. Além dessas divisões existentes, puderam ser identificados grupos mais progressistas e conservadores, defensores da autonomia universitária e um grupo mais próximo ao regime. De tais embates sobressai uma estrutura arquitetada pelo regime para executar a reforma controlada, articulando governo federal e estadual, órgãos como o Conselho Estadual de Educação, além de um vasto arcabouço legislativo e da colaboração direta dos membros do Conselho. Registrou-se o protagonismo de conselheiros raramente mencionados em estudos sobre o tema, e cujos nomes, falas e votos foram trazidos à luz neste trabalho. Este estudo pretendeu contribuir para a ampliação do conhecimento sobre os debates e os acontecimentos que marcaram a reforma universitária na USP e sua relação com o regime militar, mediante a consideração das nuances no comportamento dos agentes, que, especialmente em situações extremas, não se explicam mediante a aplicação de categorias binárias, tais como situação-oposição ou adesão-resistência.